Hospital de Caridade de Canguçu tem dívida de R$ 22 milhões

Hospital de Caridade de Canguçu tem dívida de R$ 22 milhões

Instituição cobra repasses em atraso para pagar salários e poder manter os atendimentos

Angélica Silveira

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Uma empresa fará o diagnóstico administrativo e financeiro do Hospital de Caridade de Canguçu, que enfrenta dificuldades. A decisão, tomada em assembleia dos sócios na noite de quinta-feira, prevê que o levantamento ocorra a partir do próximo dia 16. “Após, iremos decidir o que fazer em relação à gestão do hospital”, afirma o gestor administrativo, Mário Luiz Ribeiro Fonseca. Conforme ele, a dívida atual ultrapassa R$ 22 milhões. Os funcionários estão sem receber os salários de fevereiro e março. “O 13º foi pago de forma parcial em 2016 e o de 2017 ainda está em aberto. Vários dos 180 funcionários estão com período de férias vencido”, destaca.

O hospital tem 120 leitos, destes dez são de UTI e estão desativados desde 2016. O estabelecimento atende pacientes de dez cidades da região e é referência na rede materno-infantil para os municípios de Santana da Boa Vista e Morro Redondo. “Em curto prazo, não temos solução, logo, se o hospital parar, a região entra em colapso.”  O contrato com o município está em dia e prevê serviços de pronto-socorro, ginecologia, obstetrícia, pediatria e anestesia, no valor de R$ 220 mil por mês.

O gestor afirma que o Estado deve metade dos incentivos relativos a janeiro e, no mês de fevereiro, não pagou nem os incentivos nem a produção. “Recebemos em média R$ 540 mil por mês do Estado, ou deveríamos receber.” Fonseca diz que o dinheiro iria auxiliar a resolver a situação momentânea dos salários. “Temos uma emenda parlamentar de R$ 400 mil que já está em Porto Alegre no Fundo Estadual de Saúde. Acredito que, no máximo em 15 dias, nos repassem.” A ideia é que o dinheiro também seja usado para manter o atendimento.

O Estado confirmou o atraso nos repasses e informou que os pagamentos serão feitos após a quitação dos salários dos funcionários estaduais.

Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde, Bianca D’Carla, na próxima segunda-feira, os funcionários do hospital devem se reunir e, em uma mobilização, pedir a saída da atual gestão e de alguns médicos.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895