Hospital Getúlio Vargas restringe atendimentos em Sapucaia do Sul

Hospital Getúlio Vargas restringe atendimentos em Sapucaia do Sul

Medida para cirurgias e exames eletivos deve-se à falta de repasses, segundo direção da instituição

Correio do Povo

Hospital Getúlio Vargas restringe atendimentos em Sapucaia do Sul

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O Hospital Getúlio Vargas, em Sapucaia do Sul, terá serviços eletivos interrompidos por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira, como as cirurgias nas diversas especialidades e os exames de imagens. A prioridade de atendimentos será para os casos de urgência e emergência. O anúncio foi feito nesta terça-feira pela prefeitura e a direção da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, com a justificativa de falta de repasse de recursos pelo governo do Estado.

O diretor-geral da fundação, Gilberto Barrichello, disse que o hospital chegou ao limite para a segurança do paciente e para atuação dos profissionais. “No momento que começa a faltar insumos e materiais para fazer cirurgias, compromete-se a qualidade de atenção ao usuário e a segurança clínica do profissional. Não há meios suficientes e adequados para dar segurança àquela intervenção.”

Ele destacou que a única fonte de renda do estabelecimento são os contratos com o município e o Estado. “Atendemos única e exclusivamente com o SUS. Não temos receita de plano privado. Hoje, as dívidas vencidas conosco por parte do Estado chegam a R$ 7,8 milhões, relativas a agosto e setembro. No próximo dia 30, vence outubro e este valor chegará a R$ 12 milhões”, destacou.

O diretor-geral ponderou que o fator determinante para que a equipe tomasse a decisão de suspender os atendimentos menos graves em Sapucaia do Sul foi a restrição imposta nos hospitais de Canoas que são a grande referência do município, especialmente para especialidades de cardiologia e traumatologia.

Barrichello explicou que a folha do mês de outubro dos funcionários do hospital está atrasada. “Pagamos somente aqueles profissionais de nível médio. Nenhum salário para nível superior, cargo comissionado ou função gratificada foi pago.”

O secretário de Saúde de Sapucaia do Sul, Néio Lúcio Pereira, afirmou que a previsão é que a administração consiga manter medicamentos e insumos gratuitos até o final do ano. “É um momento difícil. Em toda minha carreira jamais tinha vivido uma situação com tanta gravidade.”

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirmou que manifesta preocupação e reprovação diante da possibilidade levantada pelo Hospital Getúlio Vargas de suspender a prestação de alguns serviços e atendimentos. Reforçou que existe um contrato em vigor e o não cumprimento pode implicar sanções previstas no acordo.

A SES informa que neste ano já repassou R$ 38,8 milhões ao hospital de Sapucaia do Sul. Ainda segundo a pasta, o pagamento da produção dos serviços está rigorosamente em dia e, neste momento, estão em aberto duas competências dos incentivos estaduais, que somam R$ 7,7 milhões.

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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895