IGP conclui laudo sobre explosão de depósito de gás em Pelotas

IGP conclui laudo sobre explosão de depósito de gás em Pelotas

Um funcionário morreu e outros dois colaboradores ficaram feridos no caso 


Angélica Silveira

Acidente ocorreu no dia 17 de novembro em Pelotas

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O Instituto-Geral de Perícias (IGP) divulgou, nesta quarta-feira, o laudo sobre a explosão em um depósito de gás que ocorreu no último dia 17 de novembro, em Pelotas. A conclusão é de que uma evasão de gás, provavelmente ocorrida por meio de dutos localizados sob uma plataforma de concreto armado confinada, tenha gerado uma nuvem que funcionou como uma espécie de “botijão de gás natural”, porém com volume imensamente superior, causando o acidente. 

Na ocasião, um trabalhador do local, de 24 anos, morreu no momento do acidente e dois outros colaboradores ficaram feridos. A distribuidora localizada na zona norte da cidade foi interditada desde então. O trabalho dos peritos, de 119 páginas, foi elaborado com os objetivos de identificar as causas da explosão que foi sentida a quilômetros do local, determinar o centro de massa explosivo e a fonte de ignição. 

Duas tubulações, que ficavam abaixo da estação de trabalho da parte mais abalada, apresentavam perda de gás. Quanto à fonte de ignição, a perícia detectou que havia condutores elétricos próximos ao epicentro, que poderiam gerar a energia necessária para deflagrar a explosão, porém acredita que outros fatores, vinculados à imperícia, podem, também, ter contribuído. O projeto do local também foi analisado, para verificar se a construção atual estava de acordo com o que poderia ser construído. 

De acordo com as plantas fornecidas pela prefeitura de Pelotas, a estrutura que explodiu não tinha alvará para construção. Nos projetos, o local constava como “futura ampliação”. Os documentos analisados datam de 1979 e foram apreciados em 1981. O laudo não descartou que projetos mais recentes tenham tramitado, sem que a documentação tenha sido fornecida para análise. 

Responsabilidade criminal 

A delegada Walquíria Meder, responsável pela investigação do caso, relatou que ainda estão sendo coletados depoimentos para concluir se alguém será responsabilizado criminalmente pela explosão ou não. Ela afirma que não há prazo definido para que isto ocorra. 

O fiscal do Trabalho da Gerência Regional do Trabalho de Pelotas, Otávio Rodrigues, esteve na distribuidora de gás no dia da ocorrência. Ele contou que o local continua interditado e espera manifestação da Liquigás. “Provavelmente devemos ter algum andamento após a segunda quinzena de janeiro, dado o teor das manifestações da empresa até então”, projetou. 

Por meio de nota, a Liquigás informou que não teve acesso ao laudo do IGP e que está adotando todas as providências necessárias junto aos órgãos competentes para o retorno das atividades. 


Correio do Povo
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