Manifestantes protestam em frente ao Comando Militar do Sul, em Porto Alegre

Manifestantes favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro seguiram nesta quarta-feira, até o início da tarde, com atos pacíficos em frente a sede do Comando Militar do Sul (CMS), no Centro Histórico de Porto Alegre, e junto ao quartel do 16º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (16º GAC AP), no bairro Cristo Rei, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Em ambas as manifestações, construídas em grupos nas redes sociais, houve a presença de faixas, bandeiras do Brasil e camisas verde-amarelas.

Na Capital, o ato causou bloqueio do trânsito por parte da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) na rua Sete de Setembro, entre a Bento Martins e a General Canabarro, e na Padre Tomé, entre a Siqueira Campos e a Andradas. Já em São Leopoldo, não houve desvios, e os motoristas precisaram encarar congestionamentos na avenida Unisinos e vias próximas, que foram tomadas pela manifestação. Em comum, os participantes também carregavam cartazes com mensagens como “O povo unido jamais será vencido”, “Eu autorizo”, “A nossa bandeira jamais será vermelha” e “Supremo é o povo”.

Logo cedo da manhã, a avenida Mauá, um dos principais acessos de Porto Alegre a partir da região Metropolitana, foi tomada pelos veículos que traziam adesivos em apoio a Bolsonaro, e cujos passageiros vestiam as cores da bandeira nacional. Houve congestionamentos no trânsito, cujo fluxo foi acompanhado por agentes da EPTC. O movimento começou a se acentuar no final da manhã e início da tarde no entorno do CMS. Conforme relatos, muitos dos participantes vieram de outros municípios. À tarde, o movimento se intensificou na região.

Em meio a esse cenário, o empresário Seomar da Silva, 42, aproveitava para faturar durante o ato com a comercialização de bandeiras do Brasil. Instalado no cruzamento das ruas Bento Martins e Siqueira Campos, até o início da tarde ele já tinha faturado R$ 3 mil. “Viajo por todo Brasil para vender os produtos”, afirma.

Uma senhora que participava do ato na rua Bento Martins passou mal e desmaiou. Uma viatura da Brigada Militar prestou socorro e levou a idosa para receber atendimento médico. Como a rua estava bloqueada, os próprios manifestantes pediram para desobstruir a via.

Em outro ponto, na Rua dos Andradas, policiais militares detiveram um homem sob alegação de importunação. Na avenida Padré Tomé, um homem que passava a pé criticou a manifestação e também foi hostilizado. De acordo com o secretário da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, um cinegrafista da Band fraturou a perna após ser agredido por um manifestante. O homem foi preso pelos policiais militares por agressão. Equipes do SBT e da Record também foram hostilizadas pelos manifestantes.

Alguns manifestantes chegaram à Capital vindos pelo Trensurb, enquanto outros fretaram ônibus. Entre estes, havia participantes da manifestação ocorrida na tarde de terça-feira em frente a um posto de combustíveis às margens da BR 116, em Novo Hamburgo. A mudança de local foi motivada por um tumulto, mais cedo na terça, entre bolsonaristas e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no quilômetro 239 da rodovia, na mesma cidade. Eles utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que não teriam aceitado uma negociação para desbloquear a BR-116.

O governo do Estado seguiu com as ações determinadas pelo Gabinete de Crise para desbloquear as estradas gaúchas. De acordo com o governador Ranolfo Vieira Júnior, a prioridade era “garantir a segurança para que o abastecimento de combustíveis no Estado transcorresse dentro da normalidade”, por meio da liberação das bases de distribuição de combustíveis em Canoas e Esteio, como a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), o que, de fato, aconteceu, por meio da manutenção dos efetivos da Brigada Militar (BM) no local durante o dia.

Manifestantes em frente ao Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, gritam agora palavras como "O povo unido jamais será vencido", "Intervenção federal", "Eu autorizo", "A nossa bandeira jamais será vermelha" e "Cada vez vai ser maior" @correio_dopovo
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— Felipe Faleiro (@felipefaleiro) November 2, 2022