Mobilização de trabalhadores afeta transporte coletivo de Santa Cruz do Sul

Mobilização de trabalhadores afeta transporte coletivo de Santa Cruz do Sul

Durante a manhã, mais da metade dos trabalhadores cruzaram os braços

Otto Tesche

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A redução nas linhas em circulação do transporte coletivo urbano de Santa Cruz do Sul causou transtornos a diversos usuários na manhã desta terça-feira. Motoristas e cobradores do Consórcio TCS, que presta o serviço no município, paralisaram as atividades alegando falta de reajuste nos vencimentos e também o parcelamento dos salários em até quatro vezes dentro do mês. Durante a manhã, mais da metade dos trabalhadores cruzaram os braços. 

O Consórcio TCS informou que 46% da frota seguiu rodando, com a suspensão dos reforços. Por volta das 9h30min, com a paralisação da maioria dos funcionários, apenas quatro linhas de transporte coletivo estavam em funcionamento. A prefeita Helena Hermany foi ao local da concentração, nas imediações do Parque da Oktoberfest, e mostrou indignação com a situação. Ela disse que o consórcio colocou como uma das principais reivindicações para a prorrogação do subsídio, dado pelo município, que não faltasse recurso para a folha de pagamento, para não haver atraso e prejuízo aos funcionários e também no transporte urbano. “E acontece isso, estou surpresa e indignada. É um absurdo um cobrador receber, líquido, R$ 970,00 e ainda parcelado em quatro vezes”, criticou. 

A prefeita disse que iria pedir para o líder do governo na Câmara, Henrique Hermany, colocar como regime de urgência a votação do projeto que mantém o subsídio até fim do ano. “Na lei, só iríamos dar por mais tempo até que o consórcio se adequasse, pois é feito um estudo para que se dê contrapartidas que melhorem a qualidade do transporte e diminuam as despesas. Ainda, serviria para acertar os salários, cumprir dissídios e pagar o 13º salário de uma vez só. Não recebemos resposta sobre isso, não tivemos um retorno do consórcio. Isso é uso de dinheiro público. É uma sensação de estarrecimento, indignação e revolta.” 

O consórcio informou que a empresa apresentou uma proposta à categoria, conforme acordo coletivo firmado em 1º de janeiro deste ano, de reajuste de 5,45%. O índice seria pago a partir de dezembro e os valores retroativos de forma parcelada. Os trabalhadores ainda não aceitaram a proposta e o consórcio aguarda uma contraproposta. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895