Morte de cavalo reacende discussão sobre extinção de carroças em Esteio

Morte de cavalo reacende discussão sobre extinção de carroças em Esteio

Lei que trata de veículos de tração animal foi aprovada no município em 2015

Fernanda Bassôa

A implementação da lei segue até 2021

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A morte de um cavalo, vítima de maus tratos na semana passada, em Esteio, viralizou nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a lei 6268 de 2015, que determina a redução de veículos de tração animal até sua extinção. A presidente da Ong Grupo Esteiense de Proteção a Animais de Rua (Gepar), Dina Vicente, que participou do socorro ao animal, e que há anos luta pela causa, diz que a lei deve ser colocada em prática. “Um dos problemas está no monitoramento destes animais e de seus proprietários. Não há um controle. O cavalo que morreu não estava nem ferrado e fazia três dias que estava caído, fraco e agonizando. Quando fomos acudir, não havia mais tempo.” Dina acredita que deveria haver cadastramento e vigilância.

“Eles deveriam ser chipados, isso ajudaria muito, pois revelaria os dados do condutor, do proprietário do animal. Informações como quem são essas pessoas, onde moram, do que vivem, quais produtos este animal carrega, quantas horas ele trabalha. Muitas vezes, o carroceiro não tem comida para oferecer à família, como vão alimentar estes animais?” A questão do emplacamento das carroças também é levantada pela protetora. “Devem ser emplacados e a Secretaria de Trânsito deve atuar em conjunto com o Meio Ambiente. Essa história de extinguir as carroças está muito longe. O que não dá para fazer é cruzar os braços e fazer de conta que nada está acontecendo. É preciso mais severidade e eficácia nesta lei.”

A Câmara de Vereadores esclarece que o prazo para a implementação da lei se encerra em 2021, juntamente com a questão dos cadastramentos e do emplacamento das carroças, que ainda não acontece. A Prefeitura de Esteio informou, por meio de sua assessoria, que, nesses três anos, os atuais condutores serão capacitados para atuar em outras funções e, por isso, a pessoa tem esse prazo para se adequar. Da mesma forma, o município terá o mesmo período para se preparar, estabelecendo ações e políticas públicas que permitam que as pessoas que hoje usam desse tipo de transporte, tenham acesso a outras alternativas para seu sustento.

Parceria com Hospital da Ulbra

Em julho, o Departamento de Bem-Estar Animal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente firmou parceria com o Hospital Veterinário da Ulbra. A cooperação permite realizar atendimentos preventivos e emergenciais de equinos em situações de vulnerabilidade de Esteio, a partir de demandas solicitadas pela Ouvidoria (0800-541-0400) e pelo aplicativo Fiscale.vc. A secretaria ressalta que não recolhe os animais. Os equinos que apresentam riscos de vida são levados para o hospital e, após tratamento, retornam para os donos, caso não sejam constatados maus tratos ou abandono. Um banco de dados de adotantes de cavalos abandonados foi aberto. Interessados devem entrar em contato pelo (51) 3433-8180. 

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895