Cidades

Níveis dos rios da Região Metropolitana voltam a subir após chuvas

Situação causou movimentação de macrófitas, ou plantas aquáticas, no rio Gravataí, em Cachoeirinha

Régua de medição no Cais Mauá voltou a apresentar elevação nesta quarta
Régua de medição no Cais Mauá voltou a apresentar elevação nesta quarta Foto : Guilherme Almeida

Os níveis dos principais rios da Região Metropolitana de Porto Alegre apresentaram aumento consistente devido à chuva da última terça-feira, novamente trazendo certo alívio às comunidades. A régua de medição do Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), e onde choveu 27,4 milímetros, houve elevação de 88 centímetros para 1,35 metro em pouco mais de doze horas, revertendo a baixa de um período de uma semana.

Em Alvorada, a elevação foi similar. A marcação da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia Estadual de Saneamento (Corsan) apontava o aumento de uma média de 1,04 metro para 1,55 metro em 24 horas, depois que choveu 50 milímetros na segunda-feira. Somente entre 13h15min às 13h30min do dia 14 foi de 16,4 milímetros, algo que não era visto no recorte de 15 minutos desde antes do período de estiagem.

Também no Gravataí, uma barreira natural de contenção, no município de Cachoeirinha, se moveu cerca de 200 metros hoje pela manhã, após o temporal da tarde do dia anterior, arrastando consigo um montante de lixo acumulado desde a semana passada no curso d’água. As macrófitas, cujo acúmulo acaba por prejudicar o meio ambiente, pois bloqueiam a entrada da luz solar na água já degradada, avançaram e os entulhos se misturaram às plantas.

A Prefeitura contratou a empresa FDM Engenharia, de Porto Alegre, especializada na remoção e coleta de resíduos perigosos, para executar tanto a dragagem quanto a retirada do material. O custo da contratação será de R$ 1,3 milhão, recursos estes oriundos do Fundo de Gestão Compartilhada do Saneamento Básico com a Corsan. A assinatura do contrato de prestação de serviço acontece ainda hoje, e o início dos trabalhos ocorre à tarde.

“Já tomamos providências, criando o comitê de emergências com os nove municípios que compõem a bacia hidrográfica do rio Gravataí, e também junto com a Defesa Civil de cada cidade, colocamos duas ecobarreiras para remover os resíduos. Mas a situação não é tão simples. Buscamos orientação técnica e estamos avançando, com dois ecopontos, e queremos ampliar com mais oito pela cidade. Agora é partir para os trabalhos e torcer para que tudo dê certo”, avalia o prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem.

No rio dos Sinos, na régua da Agência Nacional de Águas (ANA) no Centro de São Leopoldo, a precipitação foi de 23,8 milímetros, fazendo com que o rio mais que triplicasse a altura de sua lâmina d'água, subindo de cerca de 30 centímetros para 1,05 metro em dez horas. No entanto, como o rio apresenta comportamento dinâmico, hoje pela manhã ele novamente teve queda, para 64 centímetros, mas, ainda assim, mais alto do que a média dos últimos dias.

Já em Campo Bom, onde choveu 17,4 milímetros, houve um aumento de 1,06 metro para 1,32 metro, e na foz do rio Paranhana, em Taquara, o Sinos saiu de 30 para 76 centímetros, após uma precipitação de 30,8 milímetros. A medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa), em Novo Hamburgo, marcou 2,19 metros no período da manhã, e na Elevatória de Água Bruta (EAB) do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), em São Leopoldo, houve um aumento de 40 centímetros, de 1 metro para 1,40 metro. 

Tudo isto refletiu nos níveis do Guaíba. Em Porto Alegre, a régua no Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, anotou 61,4 milímetros de chuva. O rio subiu de 21 para 68 centímetros à tarde, mais de três vezes o valor inicial em dez horas, depois caiu novamente hoje pela manhã para 45 centímetros. No trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, 26 centímetros. No terminal da CatSul, no município de Guaíba, 44 centímetros.