Novo Hamburgo terá nova licitação para conclusão do Centro de Iniciação Esportiva

Novo Hamburgo terá nova licitação para conclusão do Centro de Iniciação Esportiva

A empresa vencedora da primeira licitação iniciou as obras em setembro de 2018 com prazo inicial de seis meses para conclusão

Stephany Sander

Até agora foram pagos pouco mais de R$ 1 milhão e a execução está em cerca de 45%

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Previstas para serem entregues em dezembro deste ano, as obras do Centro de Iniciação Esportiva (CIE) de Novo Hamburgo está com seus trabalhos parados. A ação ocorre devido a um impasse envolvendo a construtora e a administração municipal. Para buscar esclarecimentos sobre o assunto, a Comissão de Obras, Serviços Públicos e Mobilidade Urbana (Coosp) da Câmara Municipal de Vereadores se reuniu com o diretor de Obras Públicas, Paulo Schmidt, e o engenheiro Glênio Guidobono.

Conforme Schmidt, devido à quebra de contrato por parte da empresa, a prefeitura deverá realizar um novo processo licitatório para a conclusão da estrutura localizada no Parque do Trabalhador, no bairro Rincão.

A preocupação com o atraso no andamento das obras já havia sido debatida em plenário no dia 26 de julho, quando o vereador Gustavo Finck (PP) apresentou requerimento que pedia informações ao Executivo sobre o andamento do contrato que tem recursos oriundos do Governo Federal.

Conforme o diretor Paulo Schmidt, as obras iniciaram em setembro de 2018 com prazo inicial de seis meses para conclusão. A empresa vencedora do certame apresentou proposta 18% abaixo do preço orçamentário, que era de R$ 3,3 milhões. O engenheiro considera que o tempo estimado era realmente curto, por isso foram feitos aditamentos ampliando o prazo de entrega.

O primeiro aditamento, de acordo com Schmidt, foi feito em março de 2019. Nesses seis primeiros meses, a empresa realizou apenas o estaqueamento, já deixando o cronograma bastante atrasado. “Em março de 2020, a empresa já demonstrava não ter capacidade para seguir os trabalhos e que a estrutura metálica era o grande gargalo, especialmente porque o desconto ofertado nesses itens ficou em torno de 25%”, explicou.

Na época, a contratada encaminhou pedido de desequilíbrio econômico-financeiro. “Essa solicitação está prevista em lei e serve para reestabelecer os valores que a empresa propôs inicialmente. Houve uma inflação muito acima da expectativa, e isso desequilibra o contrato, mas se o valor ofertado de início já era defasado, não temos como salvar a empresa de possíveis prejuízos. Ela apresentou esse preço para vencer a licitação”, complementa.

Schmidt alegou ainda que o contrato firmado com a Caixa Econômica Federal prevê a liberação de recursos conforme a execução da obra. E isso é feito após a medição realizada pelos engenheiros da prefeitura.

Até agora foram pagos pouco mais de R$ 1 milhão e a execução está em cerca de 45%. Segundo o engenheiro, desde dezembro do ano passado a contratada estava realizando apenas serviços de seu interesse, deixando a estrutura principal de lado. “Em março/abril eles receberam uma notificação de multa por atraso de cronograma, porque a empresa não estava realizando nada. No último sábado, sem aviso prévio, a empresa iniciou um desmonte no local, retirando inclusive estruturas que já haviam sido medidas e pagas pela prefeitura”, diz o diretor de Obras Públicas.

A prefeitura já entrou em contato com as demais participantes do processo licitatório, mas não há condições de assumirem com o valor apresentado pela primeira colocada. Em função disso, será feita uma medição final da obra e encaminhada para a Caixa analisar os valores para liberação de uma nova licitação. Também foi enviado pedido de ampliação de prazo junto ao Governo Federal. Caso a União não aprove, o município deverá aportar os recursos necessários para a finalização do CIE.


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