Pedras Altas e Hulha Negra decretam situação de emergência em razão da estiagem

Pedras Altas e Hulha Negra decretam situação de emergência em razão da estiagem

Municípios acumulam perdas em razão das chuvas abaixo da média

Correio do Povo

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A falta de chuvas levou o prefeito de Pedras Altas, Luiz Alberto Perdomo, a decretar situação de emergência. Em dezembro choveu 27 milímetros, enquanto que o normal seria mais de 100 mm. Em janeiro, até o dia 19, choveu 64 mm, enquanto que a média é de 120 mm. "Desde o final do mês de outubro não chove mais em grande quantidade na cidade, o que já acarretou perdas de 30% na soja e 50% na bacia leiteira" relata.

Perdomo conta que o animais estão ficando sem alimentos devido a seca do pasto. "Estamos também com problemas no lençol freático e no reservatório hídrico em postos no interior." Três assentamentos estão com problemas no abastecimento. O Posto do Estratégia de Saúde da Família está fechado. "Tivemos que dar férias coletivas até o dia 15, pois a cadeira do dentista precisa de água e não tem", lamenta. A falta de água está afetando em torno de 1.2 mil pessoas. Nesta semana o município participou de  reunião na Casa Civil do Estado para solicitar agilidade na aprovação do decreto. "Também solicitamos ajuda no óleo diesel, pois a prefeitura está entregando água potável nas comundades que ficam aproximadamente 50 quilômetros da área urbana e recursos para horas máquinas para fazer aguada para os animais," justifica. 

No município vizinho de Hulha Negra o prefeito Renato Machado também decretou situação de emergência no início da semana. Na quinta-feira a prefeitura concluiu o envio de informações para Defesa Civil Nacional e aguarda homologação. Entre os impactos listados estão a perda significativa na agricultura e agropecuária, o comprometimento dos níveis de açudes, reservatórios e de bebedouros que abastecem as áreas rurais e urbanas, e dificuldades no abastecimento de água para consumo humano e animal. A falta de chuva preocupa: o montante dos últimos três meses totalizou apenas 133 mm, muito abaixo dos 343 mm contabilizados no mesmo período nos últimos 25 anos.

De acordo com dados do escritório municipal da Emater-RS/Ascar, Hulha Negra apresenta perdas na cultura da soja, leite, sorgo, milho e pecuária de corte. O prejuízo total de perdas agropecuárias, segundo o laudo, ultrapassa a casa de R$ 8 milhões. A prefeitura tenta manter o cronograma de entrega de água potável no interior. A ação contempla 250 pontos de entrega. “É um trabalho que realizamos o ano inteiro, mas estamos intensificando agora devido a situação.”


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