Pelo menos duas cidades do Vale do Rio Pardo têm Situação de Emergência por escassez de chuva

Pelo menos duas cidades do Vale do Rio Pardo têm Situação de Emergência por escassez de chuva

Em Sinimbu, os prejuízos na lavoura são estimados em mais de R$ 35 milhões

Otto Tesche

Produção de tabaco tem prejuízos devido a estiagem

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O prolongamento do período sem chuvas agrava a cada dia os problemas na produção agrícola e com abastecimento de água no Vale do Rio Pardo. A prefeita de Sinimbu, Sandra Backes, assinou nesta segunda-feira o decreto que determina situação de emergência no município devido à estiagem. Relatório da Emater e da Secretaria de Agricultura aponta perdas significativas nas lavouras de milho, soja, feijão, culturas de subsistência, tabaco e pastagens. Os prejuízos estão estimadas em mais de R$ 35 milhões. Além dos danos nas lavouras, o município enfrenta problemas com a falta de água. O município iniciou racionamento, e as bombas da rede de água estão sendo desligadas em determinados momentos para economizar água.

O prefeito em exercício de Encruzilhada do Sul, Álvaro Damé, assinou o decreto de situação de emergência devido à estiagem na última sexta-feira. Conforme o documento, na zona rural a deficiência hídrica é severa, com desabastecimento de água para o consumo humano e animal, córregos e sangas estão secando e o rio Camaquã está com nível baixo e diversos locais de assoreamento. Os prejuízos na agricultura também são grandes nas lavouras e principalmente na pecuária. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Encruzilhada do Sul, Jorge André Barra Cardoso, a grande diferença nesta estiagem são as altas temperaturas, que já ocasionam deficiência alimentar, pois os cultivos de subsistência foram comprometidos.

Em Santa Cruz do Sul, a Secretaria de Agricultura realizou um encontro com técnicos da pasta e da Emater e a coordenação da Defesa Civil, nesta segunda, para avaliar a situação do município. Conforme o coordenador da Defesa Civil, tenente José Joaquim Dias Barbosa, os dados ainda são insuficientes para definir se será necessário decretar situação de emergência no município. O secretário da Agricultura, Délcio Meyer, disse que a avaliação começou na semana passada a pedido do prefeito Telmo Kirst. "Já estamos utilizando maquinário para amenizar o problema e levando água transportada, porque os poços secam", explica. Desde dezembro o setor atende, de forma emergencial, as propriedades que precisam de água potável e para os animais. Entre os locais mais afetados estão São Martinho, Monte Alverne, Alto Paredão, Linha Nova, São José da Reserva e a Reserva dos Kroth.

O tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Dreschler, disse que a situação é drástica, com prejuízo acentuado na região produtora de tabaco. "Vieram algumas chuvas, mas com índices muito aquém da normalização. É dramático em algumas propriedades, que estão com índices bem grandes de prejuízo", disse. O sol forte e a falta de chuva afetam não só a quantidade colhida, mas a qualidade do produto. No entanto, os valores exatos só serão conhecidos ao fim da safra.


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