Pelotas e Rio Grande registram falta de medicamentos em algumas instituições

Pelotas e Rio Grande registram falta de medicamentos em algumas instituições

Elevação dos preços é apontada como uma das causas da falta de abastecimento dos remédios

Angélica Silveira

Instituições sofrem com falta de medicamentos básicos

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Os dois maiores municípios da região Sul sofrem com a falta de alguns medicamentos, assim como outros municípios gaúchos. Em Pelotas, somente Santa Casa e Beneficência Portuguesa não registram falta de remédios para seus pacientes.

No Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), da Universidade Católica de Pelotas, a falta de medicamentos e de insumos têm sido sentida desde o começo da pandemia, por óbvio, de forma mais acentuada no início da crise sanitária, mas que se perpetua até os dias atuais. “Nesse momento, as faltas têm ocorrido de forma flutuante, uma hora é um medicamento outra hora é outro. Sempre tem algo em falta no mercado”, destaca o diretor de Assistência do HUSFP, Edevar Rodrigues Machado Júnior.

Segundo o gestor, o discurso dos fornecedores, que encontra eco inclusive no dos fabricantes é que surpreende, uma vez que não faltou tudo no mesmo momento. “Não parece razoável relacionar a falta aos períodos de lockdown ou a outro evento relacionado a pandemia”. Ao pontuar sobre oferta e procura, Edevar aponta que os sobrepreços, e por consequência o aumento dos custos, também têm se dado de forma contínua. “O que chama a atenção é que mesmo após restabelecido o abastecimento, a majoração do preço não recua aos patamares iniciais”, pondera.

O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas trabalha com medicamentos padronizados e possui estoque seguro, os quais são adquiridos por meio de pregões públicos. “Apesar de o hospital possuir pregões vigentes de todos os medicamentos padronizados, os nossos fornecedores estão com dificuldades nas entregas de alguns itens por problemas relacionados à fabricação, como a dipirona injetável, neostigmina, idarrubicina e daunorrubicina”, enumera a gerente administrativa do HE/UFPEL, Danielle Nolasco Zaffalon.

A falta de medicamentos também atinge a Farmácia Básica Municipal. De acordo com o coordenador da Assistência Farmacêutica, Fabian Teixeira Primo, o estoque da Farmácia Municipal está com deficit de alguns medicamentos. Todavia, o município já dispõe de diversos empenhos encaminhados para os fornecedores responsáveis. A partir do prazo das entregas programadas, a previsão é que dentro de dez dias o estoque seja restabelecido.

Em Rio Grande, o Gerente Administrativo do Hospital Dr. Miguel Riet Côrrea Júnior (HU/Furg), Tomás Dalcin, informou que a instituição ainda não sofre com problema de desabastecimento de medicamentos. “Trabalhamos com uma margem de estoque para atender no mínimo 60 dias de demanda. No entanto, já perceberam que algumas empresas estão com dificuldades em honrar os contratos de entrega de medicamentos, ocorrendo atrasos. Mas como temos essa margem de segurança estamos conseguindo suprir todas nossas demandas”, garante.

Já a Santa Casa tem sido prejudicada pela falta de medicamentos no mercado, gerando falta de itens, como glicina e soro fisiológico de 1.000 ml e 500 ml. A direção da instituição, em nota, reclama da situação. “Produtos que custavam R$ 2,80 e agora chegam à R$15,00 o frasco, preços abusivos para fornecedores que tem o produto para vender. Outro exemplo é o Neostigmine, que de R$ 1,90 passou a custar R$ 50,00 a ampola. Isto inflaciona o custo, gerando mais deficit aos hospitais”.


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