Pesquisa sobre coronavírus no Vale do Rio Pardo divulga primeiros resultados nesta quinta-feira

Pesquisa sobre coronavírus no Vale do Rio Pardo divulga primeiros resultados nesta quinta-feira

A previsão é de que a última etapa ocorra nos dias 12 e 13 de setembro

Otto Tesche

Em 14 municípios da região houve a aplicação de cerca de mil testes rápidos simultaneamente

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A equipe responsável pela pesquisa para identificar a progressão do novo coronavírus no Vale do Rio Pardo deve divulgar nesta quinta-feira as conclusões preliminares e detalhadas da primeira fase do levantamento, que ocorreu no último final de semana. Em 14 municípios da região houve a aplicação de cerca de mil testes rápidos simultaneamente.

O estudo, dividido em quatro etapas, foi encomendado pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e apoio da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo e da Philip Morris Brasil.

A pesquisadora e professora da Unisc, Mari Ângela Gaedke, informou que foi possível coletar 100% da amostra prevista. Além de Santa Cruz do Sul, onde os testes foram aplicados por estudantes da área da saúde da Unisc, houve coletas em Boqueirão do Leão, Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano Grande, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz. Nesses locais, os entrevistadores foram servidores dos próprios municípios. Mais de 200 pessoas estiveram envolvidas.

A enfermeira e diretora executiva do Cisvale, Lea Vargas, destacou que houve ótima adesão dos participantes, nas entrevistas e nas coletas. “Todos compreenderam a importância do estudo, necessário para conhecermos a real expansão da Covid-19 na região, o que ajudará na tomada de decisões dos gestores", afirmou.

Um dos aspectos inovadores da pesquisa é a ampliação da abrangência para as zonas rurais. "No meio rural, onde imaginávamos que pudesse haver uma resistência por parte da comunidade, encontramos um ambiente de tranquilidade, com aceitação da população", disse o coordenador-geral do estudo, o professor e médico infectologista, Marcelo Carneiro.

Nos casos em que o teste rápido deu positivo, as equipes orientaram as pessoas a ficarem em isolamento, e informaram a Vigilância Sanitária. Aqueles com sintomas, foram recomendados a buscarem atendimento na rede de saúde. "Alguns familiares destes positivados e que moram na mesma residência não estavam em casa, o que dá uma tendência de que a população está indo para a rua. Assim, não conseguimos fazer a coleta em todos, como era o objetivo, e estes serão acompanhados pela Vigilância de cada município", explicou o médico.

Ao analisar os dados parciais após o retorno dos testes realizados nos municípios na noite de domingo, Marcelo Carneiro comentou que os pesquisadores esperavam uma positividade maior em algumas localidades, o que não ocorreu. "Em alguns municípios, a transmissão comunitária do vírus iniciou mais cedo, alguns inclusive com surtos em clínicas geriátricas, e se esperavam números diferentes. Mas tudo isso vai ficar mais claro após a realização das quatro etapas e da análise dos dados” afirmou.

Ele também ressalta que a metodologia do estudo é diferente da realizada pelo governo do Estado. O levantamento irá ocorrer a cada duas semanas. A previsão é de que a última etapa ocorra nos dias 12 e 13 de setembro.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895