Poluição em Rio Grande tem queda de até 50%

Poluição em Rio Grande tem queda de até 50%

Isolamento social têm contribuído para a melhora da qualidade do ar no município

Angélica Silveira

O monitoramento iniciou em 20 de abril com filtros distribuídos em diferentes bairros da cidade.

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Uma pesquisa, realizada no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), monitorou os níveis de poluição atmosférica durante o período de isolamento social em Rio Grande.

O monitoramento iniciou em 20 de abril com filtros distribuídos em diferentes bairros da cidade, como Centro, Cidade Nova, Cassino e Barra. Os resultados preliminares estão sendo comparados a registros históricos do monitoramento realizados pelo grupo de pesquisa e tem mostrado redução nos níveis de ozônio que variam entre 30% e 50%, dependendo do local do filtro.

A iniciativa surgiu a partir de informações de redução da poluição, principalmente na China e Europa. Sendo o ozônio um poluente atmosférico originário a partir de outros gases lançados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e muito relacionado com emissões veiculares, o grupo, liderado pelo professor Flávio Rodrigues, escolheu monitorar este poluente por ser nocivo à saúde humana e em função da técnica estimar seus níveis relativamente simples.

Conforme o professor, os pontos escolhidos para a pesquisa levaram em consideração áreas da cidade que possuem um grande fluxo veicular. “Pensamos que o isolamento social deveria ter algum impacto na redução do fluxo de veículos e consequentemente na poluição do ar. O ozônio, poluente escolhido, está muito relacionado com a emissão de gases que saem do escapamento dos carros”, observa.

Os filtros, feitos de celulose, foram instalados em postes, dois por local em um suporte plástico, aproximadamente na altura do nariz para simular a respiração. Eles ficaram nos locais por 24 horas. O processo se repetiu todos os dias durante uma semana. “Os pontos são escolhidos em áreas ao ar livre e os amostradores, contendo um filtro de celulose, ficam protegidos da luz. O filtro absorve o ozônio do ar e posteriormente é levado para analise em laboratório”, relata Flávio.

Cidade que mais respeitou o isolamento 

Desde 2018, o Laboratório de Ensaios Farmacológicos e Toxicológicos realiza o acompanhamento do nível de ozônio em alguns pontos da cidade, em períodos distintos do ano. Com isto, foi possível observar uma redução de 50% da poluição ambiental no cruzamento entre as ruas Buarque de Macedo e Domingos de Almeida, no bairro Cidade Nova. Na Praça Tamandaré, localizada no Centro de Rio Grande, a redução apontada foi de 40%.

O professor comenta que os dados estão de acordo com a recente informação que aponta Rio Grande como a cidade que mais respeitou isolamento social no Estado. Para ele, a diferença entre o resultado dos bairros está diretamente relacionada ao fluxo de carros. De qualquer maneira, todos os locais tiveram um decréscimo importante, entre 30% e 50%, em relação aos níveis medidos antes da pandemia. Esta redução da poluição pode significar uma melhora da qualidade de vida e do meio ambiente”, destaca.

O professor concluiu que o isolamento social e a campanha Fica em Casa, além de reduzir e retardar a transmissão do Covid-19, têm servido para reduzir a poluição do ar em Rio Grande.

Como prevenir o contágio do novo coronavírus 

De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, há pelo menos cinco medidas que ajudam na prevenção do contágio do novo coronavírus:

• lavar as mãos com água e sabão ou então usar álcool gel.

• cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.

• evitar aglomerações se estiver doente.

• manter os ambientes bem ventilados.

• não compartilhar objetos pessoais.


Correio do Povo
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