Prédio da boate Kiss sofre sequência de arrombamentos

Prédio da boate Kiss sofre sequência de arrombamentos

O imóvel será demolido para dar lugar a um memorial, mas ainda não há data prevista

Renato Oliveira

Ainda não há data prevista para a demolição do prédio

publicidade

O prédio onde funcionava a boate Kiss na rua dos Andradas, centro de Santa Maria, onde ocorreu a tragédia que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas, vem sendo alvo de arrombamentos. "No interior,  existem ferros, mesas, cadeiras, mas lamentavelmente irresponsáveis estão penetrando no interior do prédio tanto pela parte da frente como pelo telhado", afirmou o presidente da Associação dos Familiares de Vitimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva. Há suspeita de que o local possa estar servindo de esconderijo para autores de pequenos furtos que ocorrem na área central da cidade. Silva registrou boletim de ocorrência sobre as invasões. De acordo com o presidente da AVTSM, a Brigada Militar tinha, até o início do ano passado, uma escala e um brigadiano ficava em frente ao prédio, o que parou de ocorrer após o prédio ficar sob resposabilidade da associação. 

O comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (RPMon), com sede em Santa Maria, coronel Hernandes Rodrigues, informou que a Brigada Militar  tinha responsabilidade de proteger o prédio onde funcionava a boate em virtude de uma determinação judicial, já que estava em andamento o inquérito policial sobre a tragédia. "A nossa responsabilidade era manter o local isolado e permitir a entrada somente da Polcia e dos peritos, enquanto o inquérito não era concluído." 

No local onde funcionava a casa noturna, deverá ser construído o Memorial às Vitimas da Kiss, mas ainda não há data definida para a demolição. O prédio foi desapropriado pela prefeitura e, antes da demolição, a associação espera que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) definam o julgamento e se os réus serão submetidos a júri popular. "Se confirmado que o julgamento será por júri popular, pretendemos levar os jurados ao interior do prédio, já que o local serve como prova do que ocorreu no seu interior quando morreram inocentes", afirma Silva.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895