Prefeitura de Esteio recebe remodelação feita por trabalhadoras

Prefeitura de Esteio recebe remodelação feita por trabalhadoras

Grupo de 20 mulheres integra curso da Associação Gaúcha Mulher em Construção

Fernanda Bassôa

O trabalho deve ser concluído na próxima semana

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As dependências internas da Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo de Esteio, que fica no térreo da prefeitura, estão sendo remodeladas por 20 mulheres. Elas são alunas da Associação Gaúcha Mulher em Construção e integram a oficina de teoria e prática de reparação de alvenaria e pintura, realizada desde abril em parceria com o município. O local deve ficar pronto na semana que vem e receberá um espaço kids. A atividade também abrange a pintura da fachada da prefeitura.

A presidente da Associação Mulher em Construção, Bia Kern, explica que por meio do projeto, do conhecimento e formação na área da construção civil, o foco principal é o empoderamento da mulher na sociedade. “Ao se inserir no mercado de trabalho, a mulher dá uma outra visão à construção civil. Cria-se um outro olhar sobre a obra. A qualificação nesta área também desenvolve o espírito de autonomia, cidadania e empreendedorismo”, avalia.

A professora de pintura da associação, Fátima Wilhelm, afirma que é uma conquista a mulher se inserir no canteiro de obras. “Ainda há muito preconceito. Porém, a mulher hoje está integrada em todas as profissões. Ela busca o seu espaço na sociedade. E este projeto visa exatamente isso: incluí-la também na construção civil. Aluna do projeto, Ângela Mercedes de Abreu, 53 anos, diz que se sente realizada. “É gratificante. Eu mesma troquei o piso da minha casa e, semana passada, consertei o chuveiro da minha vizinha. Todo dia é um aprendizado diferente.”

O projeto Mulher em Construção já habilitou, gratuitamente, mais de 4 mil mulheres em todo o Estado. Além de pintura e reparos de alvenaria, a entidade ensina outras tarefas da construção civil, como assentamento de tijolos e de cerâmica, eletricidade e hidráulica. A presidente ainda comenta que, a partir da inserção das mulheres em um mercado dominado por homens, as "ações também contribuem para a redução da desigualdade, da discriminação de gênero no mundo do trabalho, aumento da qualidade de vida e mudança positiva no perfil socioeconômico de diferentes tipos de família.” 

Correio do Povo
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