Prefeitura e entidades trabalham pela manutenção do Hospital Psiquiátrico em Rio Grande

Prefeitura e entidades trabalham pela manutenção do Hospital Psiquiátrico em Rio Grande

Local, que hoje é administrado pela Santa Casa, vem sofrendo ameaças de fechamento devido a insustentabilidade financeira

Angélica Barcellos

publicidade

Com o objetivo de manter funcionando o Hospital Psiquiátrico da Santa Casa, o diretor e coordenador do núcleo de psiquiatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Fernando Uberti, e o presidente do Sindicato dos Médicos de Rio Grande (SIMERG), Marco Antônio de Freitas, participaram de reuniões em Rio Grande nesta semana. O objetivo foi, juntamente com a Prefeitura da cidade, a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Santa Casa, criar uma solução que viabilizasse o hospital psiquiátrico aberto, qualificado e até mesmo expandido. O local, que hoje é administrado pela Santa Casa, vem sofrendo ameaças de fechamento devido à insustentabilidade financeira. “Infelizmente, o serviço requer viabilidade econômica e hoje operamos com um déficit milionário. Não estamos negando nada. Há disposição e diálogo para que consigamos chegar a um desfecho positivo”, justificou o presidente da Santa Casa, Renato Silveira.

A direção do hospital demonstrou abertura para qualquer alternativa que represente a sustentabilidade financeira e a manutenção da assistência. Foi anunciado que 30 leitos psiquiátricos serão instalados no Hospital Geral, que também faz parte do Complexo da Santa Casa, independentemente da negociação envolvendo a atual estrutura hospitalar psiquiátrica. 

Após, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Hospital São Pedro e deputado Estadual, Thiago Duarte, se juntou ao grupo que participou de uma reunião com o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco. O chefe do Executivo disse que está atento ao tema e será parceiro em qualquer alternativa para manter o hospital aberto. Ele enfatizou que a prefeitura está atuando na reestruturação e aprimoramento do sistema de rede de atenção à saúde e que neste sentido encaminhou um projeto ao Ministério da Saúde para viabilizar a continuidade das ações da política de saúde mental no município, fortalecendo o atendimento à população. “Somos parceiros em buscar uma solução conjunta na oferta de assistência psiquiátrica na cidade”, garantiu.

Na Furg o assunto foi discutido com o reitor da instituição, Danilo Giroldo. Ele demonstrou  total interesse da instituição em participar de uma alternativa que garanta o funcionamento e aperfeiçoamento do hospital. “A universidade reconhece a importância do hospital psiquiátrico para a instituição e para a região, assim como reconhecemos  a qualidade dos profissionais que ali desempenham suas funções. A Furg está à disposição para contribuir com qual seja a alternativa encontrada para viabilizar a continuidade do hospital”, relatou. Na reunião, o reitor manifestou a vontade institucional de manter e ampliar as atividades assistenciais e acadêmicas ali desenvolvidas.

“Este é um desejo tanto da universidade como da própria Faculdade de Medicina. Tivemos uma conversa inicial e, sendo assim, reafirmamos o nosso interesse e nos colocamos a disposição para seguir no tema em outros encontros”, enfatizou. As alternativas seriam a absorção ou incorporação da estrutura pelo Hospital Universitário da FURG, por meio da EBSERH, porém sendo necessária uma avaliação detalhada desta possibilidade com a direção da nacional da EBSERH. 

O tema deve ser levado aos Ministérios da Saúde e da Educação. Uma outra alternativa é a universidade ser parceira na criação do Centro Regional de Neurociências. Deverá ser formado um grupo de trabalho composto por representantes do SIMERS, Santa Casa, Prefeitura, FURG e lideranças políticas para definição e ajuste do modelo a ser adotado para que o hospital permaneça aberto. Uberti avaliou de forma positiva as reuniões. “Foi um dia produtivo, onde saímos das reuniões com a certeza do envolvimento das instituições em torno de um consenso, de que o hospital psiquiátrico não pode fechar. Agora avançaremos no melhor modelo para isto”, finaliza.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895