Projeto de lei propõe retirar assistência à saúde de servidores municipais de Gravataí

Projeto de lei propõe retirar assistência à saúde de servidores municipais de Gravataí

Professores farão assembleia nesta quinta-feira para decidir sobre greve

Fernanda Bassôa

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A assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Gravataí para as 13h30min desta quinta-feira definirá se os servidores entram em greve. Desde a semana passada, os trabalhadores do município acompanham a tramitação do Projeto de Lei nº 19/2019, do Executivo, que propõe retirar a assistência à saúde, prejudicando cerca de 10 mil beneficiários, entre funcionários da prefeitura e seus dependentes. A proposta foi encaminhada à Câmara de Vereadores na segunda-feira (18) e apresentado no plenário na sessão de terça.

A presidente do sindicato, Vitalina Gonçalves, comenta que o clima é de descontentamento. Ela acredita que a prefeitura criou um déficit no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Gravataí (Ipag), sucateando a entidade. "Queremos demonstrar que nós temos como mantê-lo. Estamos há quatro anos com os salários congelados e agora querem acabar com a assistência à saúde.” Finalizada a assembleia, que ocorre no CTG Aldeia dos Anjos, os trabalhadores seguem para a Câmara para acompanhar a sessão. Já a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos e Servidores Municipais de Gravataí, Neuza Vicentini, diz que a maioria dos associados já não faz parte do Ipag porque ele não funciona como se propunha. “Há tempos ele vem caminhando para o seu final, pois o Ipag, como existe, não se sustenta.”

A Prefeitura de Gravataí informa que o plano de saúde que atende metade dos servidores não apresenta condições financeiras para cobrir suas despesas. Com o déficit de R$ 6,4 milhões herdado de 2018, o Ipag Saúde praticamente se tornou incapaz de financiar os serviços. "É um plano amplo, feito na contramão de qualquer plano capaz de atender com qualidade os seus beneficiários. O município não pode mais arcar com os custos de um plano de saúde privado que atende a pouco mais de 50% dos servidores municipais, e muito menos com os seus prejuízos" afirma o prefeito Marco Alba. 

O plano 
De acordo com a prefeitura, o Ipag Saúde é um plano de saúde privado no qual, somente em 2018, o Executivo investiu R$ 10,4 milhões, cerca de 40% do seu custo anual. Neste mesmo período, a receita do plano foi de R$ 27 milhões contra uma despesa de R$ 33,4 milhões, rombo que teve de ser coberto com recursos do município. O plano tem em torno de 2,9 mil funcionários diretos credenciados. No entanto, o número total de usuários, somando dependentes, é de cerca de 9,4 mil. 


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