Repasses de verbas para serviços de saúde estão ameaçados no Vale do Paranhana

Repasses de verbas para serviços de saúde estão ameaçados no Vale do Paranhana

Corte anual de mais de R$ 10 milhões para região pode impactar negativamente nos hospitais

Stephany Sander

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A prestação de vários serviços de saúde para os cerca de 200 mil moradores do Vale do Paranhana está ameaçada pelo Governo do Estado. Com a previsão de um corte anual de mais de R$ 10 milhões de repasses de verbas para a região, que tem previsão para iniciar já em setembro, os gestores das cidades da região se preparam para um cenário problemático a partir do próximo mês. Eles projetam o encerramento de vários serviços essenciais de saúde, como a realização de partos, cirurgias de urgência (geral e de traumatologia), cirurgias vasculares, de urologia e proctológicas, cirurgias ginecológicas, afetando ainda a referência em atendimento oncológico. 

Diante desta perspectiva, prefeitos, secretários de saúde e diretores de hospitais do Paranhana estiveram reunidos na tarde desta sexta-feira, na prefeitura de Parobé, estudando os impactos que a revisão dos valores de repasses da área da saúde pactuados com o Governo do Estado terá sobre os serviços de saúde nestas cidades. Essa revisão ocorreu por meio do programa Assistir, lançado pelo Estado no dia 3 deste mês, que altera o conceito de repasse de recursos estaduais às instituições hospitalares vinculadas ao SUS no Estado. 

Segundo o prefeito de Parobé e presidente da Ampara, Diego Picucha, com a adoção de novos critérios de distribuição de incentivos hospitalares pelo governo do Estado, os hospitais da região serão impactados diretamente.

"Se não revertermos de alguma forma essa nova sistemática de repactuação, somente em Parobé, no Hospital São Francisco de Assis, devemos ter uma queda de repasses por parte do Estado de cerca de R$ 500 mil ao mês, ocorrendo já a partir de setembro, somando cerca de seis milhões ao ano. Nosso hospital se verá obrigado a fechar as portas de sua ala obstetrícia e não teremos mais partos na cidade. Isso, será terrível para a nossa comunidade, sem contar que a nossa instituição é referência e atende gestantes de toda a região", destacou Picucha. 

Durante a reunião, as equipes técnicas das cidades integrantes da Ampara reuniram dados preliminares e ficou definido que cada município irá compilar dados mais completos sobre os valores e cálculos relativos aos repasses, que serão apresentados por Picucha a secretária Estadual de Saúde Arita Bergmann, em reunião por vídeo que será realizada na tarde da próxima terça-feira. 

A prefeitura de São Leopoldo também se manifestou sobre os novos valores. "É uma situação dramática e um ataque brutal aos hospitais públicos da região”, assim definiu o secretário municipal de saúde, Marcel Frison, ao avaliar o impacto negativo do Programa Assistir. Pela proposta do Governo do Estado, o Hospital Centenário, que hoje recebe R$ 9,3 milhões por ano, passaria a receber R$ 7,3 milhões. 


Correio do Povo
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