Santa Cruz do Sul estuda consulta pública sobre o futuro do Túnel Verde

Santa Cruz do Sul estuda consulta pública sobre o futuro do Túnel Verde

A situação de metade das árvores é considerada de risco, quatro já foram removidas

Otto Tesche

A prefeitura de Santa Cruz do Sul intensificou o monitoramento e as ações de manejo das árvores do Túnel Verde e estuda consulta pública

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O município de Santa Cruz do Sul pretende envolver a população no debate para decidir o futuro do Túnel Verde da rua Marechal Floriano, um dos principais cartões-postais da cidade. A Procuradoria Geral do Município (PGM) estuda a melhor forma de realizar uma consulta pública e vai elaborar um parecer jurídico para informar ao prefeito Telmo Kirst a maneira como deve ocorrer o processo. 

A situação considerada de risco de metade das tipuanas que formam o Túnel Verde levou a prefeitura a intensificar as ações de manejo. Até maio passado, quando começou a operação de cuidado e monitoramento das árvores, havia 178 tipuanas plantadas na rua Marechal Floriano, no trecho entre a Senador Pinheiro Machado e a Tiradentes. Quatro árvores já foram removidas e outras três estão na lista do corte para o dia 10 de março. A coordenadora técnica do projeto de preservação do Túnel Verde, a bióloga Daniela Silveira, afirma que a maioria das árvores deveria ser removida se houver a aplicação do que prevê o Plano Diretor.

Daniela explica que desde maio, quando começou a força-tarefa do Túnel Verde, envolvendo as secretarias municipais de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade; Transportes e Serviços Urbanos; e o gabinete do prefeito, ocorreram mais de 30 visitas técnicas à área. Nessas verificações houve a avaliação das condições das tipuanas, as características gerais do túnel e do Plano Diretor. “As intervenções feitas até aqui foram podas de galhos que ofereciam risco ou corte das árvores que estavam condenadas.” Ainda este mês, o projeto de preservação terá o diagnóstico das árvores concluído, com indicações de corte e substituição.

A coordenadora explica que as tipuanas vivem até 140 anos, mas na natureza, sem a interferência de veículos, de prédios ou parasitas. “É difícil dizer hoje quanto tempo elas irão durar, pois são árvores que apresentam condições precárias, não estão totalmente saudáveis”, alerta. O prefeito afirma que a hora de discutir o futuro do espaço é agora. “O futuro do Túnel Verde e das tipuanas é um debate que precisa ser feito. Não dá mais para esperar”, ressalta Kirst. O plantio das tipuanas ocorreu em 1942, já com porte adulto, inspirado na rua Uruguaiana, no Rio de Janeiro.

O professor de Biologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andreas Köhler, defende a criação de um projeto escalonado de substituição. "Se cada ano fosse substituído 10% delas, ao final de uma década teríamos novas árvores, parte delas com um bom porte, renovando nosso Túnel Verde.” Ele destaca que a área é abrigo de espécies de aves, insetos e plantas, além de ser um grande guarda-sol para os moradores. “A literatura conta que a sombra, em dias de calor, consegue reduzir a sensação térmica em até 10 graus", destaca.


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