Santa Cruz do Sul fará estudo para reestruturação do transporte coletivo

Santa Cruz do Sul fará estudo para reestruturação do transporte coletivo

O estudo será coordenado pela Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências, de Porto Alegre

Otto Tesche

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A Prefeitura de Santa Cruz do Sul inicia nesta semana um estudo técnico para reestruturação de todo o sistema de transporte coletivo urbano. O trabalho deve ser concluído em até cinco meses. O serviço vem acumulando sucessivos deficits operacionais nos últimos anos diante da queda no volume de passageiros. Isso se agravou com a pandemia do novo coronavírus.

De 4,5 milhões de passageiros por ano que eram registrados em 2015, quando o contrato com o Consórcio TCS foi assinado, a demanda caiu para 2 milhões em 2020. Em maio, por exemplo, o déficit chegou a R$ 353,6 mil. No entanto, mesmo com a crise, é consenso de que um novo aumento no preço da passagem, atualmente em R$ 4,45, apenas irá acentuar o problema. Por conta disso, o governo municipal pretende adequar o serviço à nova realidade e torná-lo sustentável sem a necessidade de reajuste tarifário.

O estudo será coordenado pela Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec), de Porto Alegre. A entidade foi contratada com dispensa de licitação. O governo irá pagar R$ 165 mil em cinco parcelas à empresa. Uma das possibilidades que será avaliada é a eliminação da função de cobrador. Durante uma reunião na Câmara de Vereadores em maio, o secretário municipal de Segurança, Transporte e Mobilidade Urbana, Everton Oltramari, afirmou que a profissão está “em extinção”.

O estudo também poderá apontar a necessidade de revisão das isenções. Atualmente, têm direito ao benefício pessoas acima de 65 anos e com deficiência e seus acompanhantes. Segundo dados do Consórcio TCS com base nos cadastros, o percentual de usuários alcançados pelo apoio chegou a 8,5% em junho. Outras ações que serão discutidas são a redução no número de linhas e horários, a adoção de veículos de menor porte para linhas com baixa demanda e a busca de novas fontes de receita.

A prefeitura instituiu em março um subsídio temporário para congelar a tarifa de ônibus no município sem gerar um colapso no serviço. A lei que autorizou a medida prevê prazo de seis meses. O auxílio começou a ser pago em abril e o teto estabelecido na legislação é de R$ 280 mil por mês. Tanto em abril quanto em maio, o valor repassado ficou em torno de R$ 273 mil.


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