Santa Cruz do Sul registra dez casos de leptospirose

Santa Cruz do Sul registra dez casos de leptospirose

Secretaria da Saúde fará análise ambiental da área onde teria havido a transmissão a três adolescentes

Otto Tesche

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A Secretaria de Saúde de Santa Cruz do Sul contabiliza desde o início deste ano dez casos de leptospirose no município. Somente em fevereiro houve a confirmação de quatro diagnósticos. A suspeita é de que as últimas infecções ocorreram após um grupo de adolescentes entre 12 e 16 anos entrar em uma propriedade particular para tomar banho de açude no bairro Monte Verde. Diante disso, a pasta alerta para o risco da infecção.

O secretário de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, informou que somente em 2019 são 24 casos suspeitos, dez confirmados, sete descartados e mais sete que aguardam o resultado da análise. “A leptospirose é transmitida pela urina de roedores, especialmente em dias de chuva. Por isso, recomendamos que as pessoas evitem o contato com lagoas, rios, terrenos baldios e até com a lama”, explica. Hoje, boa parte dos casos da enfermidade podem ser tratados diretamente nas unidades de saúde.

Após verificar a relação do açude no bairro Monte Verde com a transmissão dos três adolescentes, a secretaria informou que fará análise ambiental da área para avaliar possíveis focos. “Não temos nenhum laboratório de referência que faça análise da água para detecção de antígenos da leptospirose. Somente exames em hospedeiros (humanos e animais). É por isso que nossa alternativa será a análise”, explica Oliveira Júnior. 
O proprietário da área foi notificado verbalmente pela prefeitura. Houve um quarto caso, mas a suspeita é de que a infecção tenha ocorrido após o jovem tomar um banho nas águas da ponte que fica no limite entre Santa Cruz do Sul e Vera Cruz. Dos quatro casos diagnosticados em fevereiro, dois pacientes seguem internados, um toma medicação em casa e o último já recebeu alta.

Os principais sintomas da doença são dores musculares e de cabeça, mal-estar, vômito e falta de apetite. Segundo a médica Clauceane Venke Zell, a pessoa sente uma dor muito forte na panturrilha, que a impossibilita até de caminhar. Em quadros mais severos, conforme ela, a urina vem mais escura e a pele fica amarelada. “Nesses casos, somente o tratamento na unidade de saúde não basta. É preciso internar para que o paciente receba antibiótico na veia.”


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