Santa Maria está entre as 20 melhores cidades brasileiras para se empreender

Santa Maria está entre as 20 melhores cidades brasileiras para se empreender

Ranking é elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública, vinculada ao Ministério da Economia

Agostinho Piovesan

No ranking gaúcho, Santa Maria é a segunda melhor do Estado e fica atrás apenas da Capital

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A cidade de Santa Maria, na região Central do Estado, está entre as 20 melhores cidades para se empreender no Brasil. Segundo o ranking, elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que é vinculada ao Ministério da Economia e ao Endeavor, uma rede internacional de empreendedores, o município com 285 mil habitantes ocupa a 19ª colocação no Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2022.

O levantamento indica que Santa Maria é a cidade gaúcha mais bem colocada do Interior, e no Estado ficou atrás apenas de Porto Alegre, que está na sexta posição. As outras representantes do top 20 são de outros Estados brasileiros, como Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Pernambuco. No último ICE, publicado em 2020, com dados compilados em 2019, o município estava na 36ª colocação, ou seja, de um levantamento para outro, subiu 17 posições.

A Administração Municipal informou que o estudo da Enap e da Endeavor considera sete critérios, chamados de determinantes, para estabelecer a pontuação de cada cidade no ranking geral. Os critérios são: ambiente regulatório; infraestrutura; mercado; acesso a Capital; inovação; capital humano; e cultura empreendedora.

No quesito capital humano, Santa Maria está entre as três melhores do país, abaixo de Florianópolis, em Santa Catarina, e Vitória, no Espírito Santo. Esse critério envolve o acesso e a qualidade de mão de obra básica e qualificada. Na análise são verificados a proporção de adultos com Ensino Médio ou Ensino Superior completo, a nota média da população no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a quantidade de matrículas no Ensino Médio, a proporção de alunos concluintes em cursos de alta qualidade, com base no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), e o custo médio de salários de funcionários em cargos de gerência e direção.

"Santa Maria tem muitas potencialidades e nós, que estamos na gestão pública, temos que nos esforçar para desenvolver os pontos fortes e, um deles que é fundamental para a economia, é o empreendedorismo”, disse o vice-prefeito Rodrigo Decimo. Na sua avaliação, o resultado desse estudo que coloca Santa Maria em uma posição privilegiada no Brasil vem, justamente, para atestar que o município está trilhando o caminho certo.

No Ambiente Regulatório, Santa Maria está na 31ª posição no país e subiu 23 posições no comparativo com o ICE de 2020. Na avaliação dos secretários municipais Ewerton Falk, de Licenciamento e Desburocratização, e Ticiana Fontana, de Desenvolvimento Econômico e Turismo, as medidas implementadas pela Prefeitura de Santa Maria nos últimos dois anos contribuíram diretamente para a melhora. “Esse ranking, que foi estabelecido por critérios técnicos, demonstra que nós estamos no caminho, porque é um estudo feito por órgãos reconhecidos pelo mercado e podemos perceber que o nosso trabalho está surtindo efeito”, avalia Falk.

Segundo Ticiana, é preciso reconhecer o avanço de Santa Maria e a importância das políticas públicas municipais no contexto do desenvolvimento econômico. Ela cita alguns projetos implementados para preparar o município a receber novos empreendimentos e fortalecer aqueles que já estão instalados, entre eles, o Pacote de Apoio ao Setor Produtivo, com as Lei da Liberdade Econômica e o Programa Juro Zero, que dispensa mais de 300 atividades da necessidade de alvará e libera até R$ 3 milhões em microcrédito subsidiados para pequenos empresários. Ela ressalta ainda outras ações do município. “Alteramos o código tributário, beneficiando o setor de Inovação, que saiu de R$ 4,7 milhões em 2016, para mais de R$ 100 milhões em 2021. As exportações também cresceram, saindo de R$ 422 milhões em 2017 para R$ 3,67 bilhões em 2021, com 88 empresas comercializando para o mercado externo. A questão é reconhecermos isso tudo. Temos uma cidade de portas abertas para o empreendedor, com um ambiente propício para investimentos. Esse índice nos deixa extremamente satisfeitos”, observa.

O que é o ICE

O Índice de Cidades Empreendedoras foi lançado em 2014 e está na sexta edição. Conforme o relatório final de 2022, o objetivo do estudo é analisar o ambiente de negócios das 100 cidades mais populosas do Brasil para mostrar quais possuem as condições mais propícias para o desenvolvimento de ecossistema empreendedor. Além disso, o ICE é uma ferramenta que serve para os gestores públicos, que podem se basear nos apontamentos para tomar decisões, e para os cidadãos acompanharem o resultado das ações dos governos e cobrar mudanças dos gestores.

Neste ano, uma novidade do Índice de Cidades Empreendedoras foi o modelo “100+1”. Na prática, em 2022, Marabá, no Pará, entrou na lista das cidades mais populosas, e Santa Maria saiu. Entretanto, a cidade gaúcha foi mantida na pesquisa para que houvesse possibilidade de comparação entre o ICE de 2020 e o de 2022, mantendo os mesmos participantes.


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