Santa Maria tem última caminhada antes do julgamento do Caso Kiss

Santa Maria tem última caminhada antes do julgamento do Caso Kiss

Julgamento começa na quarta-feira

Renato Oliveira

Caminhada em Santa Maria para relembrar as vítimas da boate Kiss

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A última caminhada antes do julgamento dos quatro réus do Caso Kiss aconteceu na noite desse sábado. O evento marcou os 106 meses da tragédia que matou 242 pessoas e deixou mais de 650 feridas e faz parte da campanha "Kiss: É  hora da Justiça!". A iniciativa foi da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), com apoio de vários segmentos da sociedade de Santa Maria.

A caminhada iniciou-se junto à tenda da Kiss, localizada ao lado da Praça Saldanha Marinho, centro de Santa Maria. O presidente da Associação da AVTSM, Flavio Silva, em pronunciamento, afirmou que "chegou o momento da decisão (julgamento), pois chega de injustiça".

Durante a caminhada, a irmã Lourdes Dill leu um manifesto das igrejas, em que lamentava a perda de jovens. Participante da organização do evento, Marcos Borba lamentou a morte das vítimas da Kiss. "Estamos realizando mais um evento para lembrar que a Justiça deve ser feita, pois foram jovens que morreram de uma maneira irresponsável e os culpados precisam pagar pelo ato", afirmou. 

A concentração das famílias e amigos das vítimas começou às 19h e a caminhada saiu às 20h15 min até a Rua dos Andradas, local do prédio em que funcionava a boate. No local, ocorreram momentos de reflexão e projeção de imagens com comentários de pessoas sobre a tragédia, além da leitura de uma carta a aberta, coordenada pelo psicólogo e sobrevivente Gabriel Rovadoschi Barros. A carta relata o que ocorreu no interior da boate, as sequelas que muitos estão convivendo em decorrência da madrugada.

Ouça:

Depois do ato realizado frente ao prédio, os participantes da mobilização voltaram a percorrer as ruas centrais e passaram diante das 242 cruzes brancas que foram colocadas junto ao viaduto Evandro Behr até a tenda da Kiss, onde o evento foi concluído. A    vigília e a caminhada vinham sendo realizadas sempre no  dia 27 de cada mês (em alusão ao 27 de janeiro de 2013), mas em decorrência da pandemia do coronavírus, as atividades tinham sido suspensas em determinado momento. 

Durante o trajeto até o prédio onde funcionava a boate, famílias e sobreviventes carregavam cartazes pedindo justiça. O julgamento da tragédia se inicia dia 1º de dezembro, próxima quarta-feira, no plenário do 2º andar do Foro Central de Porto Alegre. Quatro réus respondem por homicídio simples. Pertencem ao grupo os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr (o Kiko) e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandagueira (que fazia a apresentação ), Marcelo de Jesus dos Santos, e Luciano Bonilha Leão.


Correio do Povo
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