Seca deixa centenas de famílias sem água potável em Frederico Westphalen

Seca deixa centenas de famílias sem água potável em Frederico Westphalen

Prefeitura envia caminhões-pipa para abastecer as residências

Agostinho Piovesan

Poços artesianos secaram e prefeitura transporta água para 20 comunidades

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Não bastasse a situação de calamidade pública, em função do Covid-19, o município de Frederico Westphalen enfrenta situação de emergência por causa da estiagem, que deixa centenas de famílias no interior do município sem água potável. São 20 localidades que recebem o socorro da prefeitura. Pelas secretarias de Obras e Agricultura, é transportada água da cidade até reservatórios comunitários da zona rural.

O secretário de Obras, Paulo Tigmann, disse que, em média, sete cargas de água, com 9 mil litros cada uma, são realizadas diariamente. “O caminhão-pipa é abastecido na Corsan, na cidade, e segue para o interior do município abastecendo reservatórios comunitários, de onde parte a rede de distribuição até as residências”. Ele informou que centenas de famílias estão incluídas nesse mutirão de socorro.

Segundo Tigmann, há mais de três meses não chove forte para garantir a recuperação dos mananciais hídricos. “Uma dezena de poços artesianos estão secos, assim como as fontes naturais de onde muitas vezes era captada a água para consumo doméstico”, observa.

O secretário de Agricultura, Ledonir Queiroz, afirmou que carros da prefeitura também transportam pelo menos 120 mil litros de água diariamente para abastecer os rebanhos de suínos e bovinos em 15 localidades do interior do município. “A água é recolhida numa represa localizada no bairro Fátima, na cidade, e transportada até as propriedades rurais. É uma situação emergencial para evitar a morte de animais”, disse.

Queiroz afirma que somente com precipitações que somem 200 milímetros é possível iniciar a recuperação da vazão de rios e fontes. “Rios, riachos e açudes estão secos, assim como poços artesianos, uma situação que não ocorria há vários anos”, observa.

Ele anunciou que a estiagem está provocando perdas econômicas consideráveis, com queda de pelo menos 30% na produção de leite. As pastagens são afetadas diretamente e os produtores encontram dificuldades de garantir o alimento para os rebanhos.


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