Venezuelanos precisam deixar alojamentos em Esteio até o fim de março

Venezuelanos precisam deixar alojamentos em Esteio até o fim de março

Dos 221 imigrantes que integram a Operação Acolhida na cidade, 136 já saíram do abrigo

Fernanda Bassôa

O convênio termina no fim do mês

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Termina no próximo dia 31 o convênio da Prefeitura de Esteio com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur/ONU), firmado em agosto de 2018 para abrigar venezuelanos que integram a Operação Acolhida, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Aos poucos, os estrangeiros deixam os alojamentos alugados para abrigá-los. A secretária de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo, Tatiana Tanara, diz que do total de 221 venezuelanos 136 já se desligaram. “Estes, por conta própria, saíram dos abrigos, alugaram sua própria moradia em Esteio ou região e estão trazendo suas famílias. Essa experiência de recebê-los em nosso município foi muito gratificante, sem falar nos resultados que foram extremamente positivos.”

Segundo ela, dos 221 que desembarcaram em Esteio, 134 imigrantes trabalham com carteira assinada e 23 atuam informalmente. Já dos 39 menores de idade acolhidos, 21 estão na rede escolar. A secretária explica que o fim do convênio não vai encerrar o vínculo da prefeitura com os estrangeiros. “Vamos dar continuidade ao acompanhamento por meio do atendimento na rede de assistência social, apoio à inserção no mercado de trabalho e integração em projetos sociais.” A secretária destaca ainda a colaboração significativa da comunidade no acolhimento.

O venezuelano Elias Rivas, de 24 anos, conta que chegou em setembro do ano passado e, no mês de novembro, estava empregado. “Trabalho em uma distribuidora bem próximo do alojamento. Tenho cama, chuveiro e trabalho. Mais da metade do dinheiro que recebo aqui eu mando para minha família. Lá, a vida está difícil, é preciso pagar aluguel, água, luz e comida.” Ele conta que quer trazer a mãe, de 51 anos, e a filha, de 3. “No mês que vem, elas deverão estar chegando. Depois, aos poucos, virá o restante da família.” De acordo com o estrangeiro, o município e a região recepcionaram calorosamente as famílias e não há perspectiva de retorno. “Vamos ficar por aqui.”


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