Venezuelanos reclamam falta de energia elétrica e água em abrigo de Canoas

Venezuelanos reclamam falta de energia elétrica e água em abrigo de Canoas

Explosão em uma caixa de disjuntor causou danos aos moradores de abrigo no bairro São José

Fernanda Bassôa

Venezuelanos reclamam falta de energia elétrica e água em abrigo no bairro São José

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Famílias venezuelanas que estão alojadas no Centro Temporário de Atendimento (CTA) Argentina, no bairro São José, em Canoas, completam nesta quarta-feira quatro dias sem energia elétrica e sem água. A falta de luz foi provocada por uma explosão em uma caixa de disjuntor, dentro do prédio, no sábado à noite.

O bombeiro civil, Manoel Tindo, 28 anos, que está acompanhado da mulher, grávida de 7 meses, deixou o abrigo na noite de segunda-feira por questão de segurança. "Não temos energia. A comida está apodrecendo. Não temos dinheiro. Somos tratados como bandidos e marginais. Não há como ficar aqui com minha família."

A estudante e também imigrante, Daniela Villegas, 18 anos, comentou que não é a primeira vez que isso acontece. "Não temos mais o que comer. Os alimentos estão todos estragados. Temos famílias passando fome. Como vamos descartar? Dói demais."



A secretária de Desenvolvimento Social, Luísa Camargo, explica que é a sexta vez que isso acontece em razão do mau uso da capacidade de energia. "São mais de 200 imigrantes, 60 famílias e 60 apartamentos. É muita gente. A rede não suporta tantos aparelhos ligados. Falamos de geladeira, chuveiro, ventiladores e condicionadores de ar ligado a praticamente 24 horas por dia."

O prédio está sem energia devido a um princípio de incêndio ocorrido no sábado, por volta das 23 horas, em três caixas de disjuntores. "Acionamos o eletricista que esteve no local na mesma madrugada e fez uma vistoria. Ele fez algumas adaptações e mudanças. Entretanto, para que o serviço seja realizado com segurança visando a não ocorrer mais transtornos serão necessários pelo menos três dias."

Com relação a falta de água, a secretaria explicou que é necessário energia para que a água acondicionada nos três reservatórios suba para os apartamentos. "Eles foram informados que deveriam economizar água. No domingo, quando os reservatórios secaram, mandamos um caminhão-pipa para abastecer os imigrantes. Estamos fazendo tudo ao nosso alcance. Entretanto, precisamos da colaboração das famílias, pois os danos foram grandes."

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895