Acordo com FMI permitirá política fiscal moderadamente expansiva, diz ministro argentino

Acordo com FMI permitirá política fiscal moderadamente expansiva, diz ministro argentino

Martín Guzmán destacou que direitos dos aposentados serão mantidos e que não haverá "reforma laboral nem privatização de empresas públicas"

AE

publicidade

O ministro da Economia argentino, Martín Guzmán, afirmou nesta sexta-feira que o acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) permitirá ao país ter uma política fiscal "moderadamente expansiva". Durante entrevista coletiva, ele disse que a iniciativa fará a Argentina "financiar a dívida, sem solapar a recuperação" econômica nem a geração de empregos.

Guzmán qualificou as negociações com o FMI como "realmente duríssimas", diante da "magnitude do dano infligido à Argentina" pelo acordo anterior com o Fundo, fechado em 2018 pelo então presidente Mauricio Macri. Segundo o ministro, aceitar as demandas do acordo anterior "solaparia a chance de seguir no caminho do crescimento".

De acordo com Guzmán, o novo acordo tem dois blocos, em seu marco geral: um esquema de políticas macroeconômicas; e medidas que promovam o crescimento de médio prazo e uma "estabilidade duradoura".

Guzmán disse que o acordo permite uma política fiscal "que não iniba a continuidade da recuperação", com modo "moderadamente expansivo e sem políticas de ajuste". Segundo ele, a iniciativa prevê uma redução gradual do déficit fiscal, equivalente a 2,5% do PIB neste ano, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.

Na frente monetária e financeira, o ministro disse que o pacto prevê a redução "gradual, mas decidida", da assistência monetária realizada pelo banco central ao Tesouro. Ele garantiu que "não haverá nenhum salto cambial" e que a atual linha nessa frente será mantida. Também mencionou o trabalho em andamento para "reconstruir o mercado de dívida pública em moeda local".

Guzmán disse que o acordo olha para a inflação como "fenômeno de múltiplas causas", que devem ser enfrentadas ao mesmo tempo. Segundo ele, há o objetivo de aumentar o salário real, além de fortalecer a demanda agregada no país. Outra meta citada é a de que as reservas em moeda estrangeira aumentem US$ 5 bilhões, em 2022.

O ministro ainda disse que os direitos dos aposentados serão mantidos e que não haverá "reforma laboral nem privatização de empresas públicas". Segundo Guzmán, o acordo fechado foi "razoável" e "o melhor que se poderia conseguir", abrindo "um caminho transitável" para o país se recuperar.

 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895