Ala política pressionou Bolsonaro por auxílio de R$ 600, diz Guedes

Ala política pressionou Bolsonaro por auxílio de R$ 600, diz Guedes

Governo vai furar o teto de gastos para garantir Auxílio Brasil a R$ 400, quando deveria ser R$ 300 para equilíbrio fiscal

AE

Paulo Guedes admitiu pressão por auxílio

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta sexta-feira (22) pressão da ala política pelo programa social Auxílio Brasil com um valor mais elevado. O governo anunciou que o governo pagará a 17 milhões de pessoas parcelas de R$ 400, furando o teto de gastos — ou seja, gastando mais do que poderia. O ministro afirmou que, para manter a posição de equilíbrio fiscal, o valor deveria ser de R$ 300.

De acordo com ele, o presidente Jair Bolsonaro escolheu uma posição de equilíbrio, atendendo em parte a ala política, que pediu um valor ainda maior, de R$ 600, e em parte a ala econômica, que defendia o cumprimento do teto de gastos. Mesmo sendo uma figura que criticou diversas vezes o descumprimento do teto, Guedes agora defende a ação e afirma que é melhor ter um ajuste fiscal um pouco menos intenso e um "abraço do social um pouco mais longo", diante da crise que atinge de forma dura os mais vulneráveis no Brasil.

"É uma licença para gastar um pouco mais, sem mudança no arcabouço fiscal. É plenamente absorvível nas contas. As finanças seguem inabaladas. O déficit sobe um pouco", afirmou. Guedes admitiu que "houve, de certa forma, uma pressão". "Esse foi um pedido do presidente, foi a pressão... A ala política estava pedindo muito mais, R$ 600, e é natural. Agora, nós temos compromisso com a responsabilidade fiscal", defendeu.

Esse "meio termo" encontrado por Bolsonaro gerou o pedido de demissão de quatro secretários da Economia.  "É natural que os mais jovens, do Tesouro, da Fazenda, falem: 'não, vai furar o teto'. E é natural que a política queira furar o teto e gastar mais. Quanto mais próximo da eleição, mais 'fura-teto' tem. É natural, né? Todo mundo quer ganhar eleição, todo mundo quer gastar um pouco", afirmou.

Guedes fez um pronunciamento nesta sexta-feira e respondeu a perguntas de jornalistas após uma reunião com o presidente Bolsonaro. O encontro, no Ministério da Economia, estava fora da agenda e se deu em meio a especulações sobre um pedido de demissão, que Guedes negou. Questionado sobre sondagens de pessoas para ocupar a cadeira, o ministro afirmou que seria uma ação de pessoas que são contrárias ao teto.  

"Não digo que sejam ministros, não. Existe uma legião de fura-tetos. O teto é desconfortável, o teto obrigada as pessoas a fazerem escolhas", ressaltou. O R7 apurou que dois dos integrantes da referida ala política são os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), do PP, e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), do PL. 


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