BC mantém taxa básica de juros em 13,75% e encerra ciclo de alta

BC mantém taxa básica de juros em 13,75% e encerra ciclo de alta

Decisão encerra o ciclo de aumento que começou em março de 2021, quando a Selic estava em 2%, para barrar a inflação

R7

Desde março de 2021, taxa Selic subiu 11,75 pontos percentuais

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Após uma sequência de 12 altas consecutivas para barrar a inflação, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, foi mantida em 13,75% ao ano. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), foi anunciada nesta quarta-feira (21), encerrando o ciclo de aumento.

Desde a primeira alta, em março de 2021, quando a Selic estava na mínima de 2%, a taxa subiu 11,75 pontos percentuais, o maior choque de juros desde 1999, quando, durante a crise cambial, o BC elevou a Selic em 20 pontos percentuais de uma vez só.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.

Com a queda dos preços da gasolina e da energia elétrica, o índice começou a desacelerar e registrou deflação de 0,68% em julho, quando a taxa foi a menor desde 1980, e de 0,36%, em agosto. Com isso, a previsão atual é que o IPCA encerre 2022 em 6,4%.

Além da queda da inflação, a atividade da economia surpreendeu com a alta de 1,2% no segundo trimestre deste ano frente ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Em agosto, o Copom havia sinalizado que poderia haver uma elevação da taxa em 0,25 ponto na próxima reunião. “O comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, disse a ata do último encontro do colegiado, no qual os juros básicos foram elevados em 0,5 ponto percentual, o que confirmou o mais longo ciclo de aperto monetário da história. A 12ª alta consecutiva levou a taxa Selic a 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017.

No início do mês, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, avisou que o Copom iria avaliar "possível ajuste final" dos juros. A posição é a mesma defendida pelo diretor de Política Monetária, Bruno Serra, que vê as expectativas para a inflação de 2024 como um incômodo atual para a autoridade monetária.

A decisão anunciada nesta quarta-feira ficará vigente pelo menos até o dia 26 de outubro, quando os diretores do Copom voltarão a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional. Para o mercado financeiro, a Selic seguirá no atual patamar até o fim deste ano.

Juros básicos

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo a empresas ou consumidores em forma de empréstimo ou financiamento. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexo nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.


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