Brasileiro investe mais de R$ 500 milhões para viver em Portugal em 2019

Brasileiro investe mais de R$ 500 milhões para viver em Portugal em 2019

Investimento para obtenção do visto gold português aumentou 46% de janeiro a setembro deste ano

R7

Investimento para obtenção do visto gold português aumentou 46% de janeiro a setembro deste ano

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BDe janeiro a setembro deste ano, Portugal concedeu 176 vistos gold a brasileiros, documento que dá direito a residência no país europeu mediante a investimento. Segundo dados da SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal), o investimento captado aumentou 46,5% em comparação ao mesmo período de 2018, somando 132,6 milhões euros — o que representa R$ 587 milhões. 

O visto gold é concedido a qualquer cidadão de um país que não seja Portugal que vai exercer investimento como pessoa física ou empresa, que tenha estabelecimento para operação em Portugal e que aconteça por um período mínimo de cinco anos.

A modalidade de visto mais comum é a de compra de imóvel. O brasileiro interessado precisa comprar uma residência com custo igual ou superior a  500 mil de euros (R$ 2,21 milhões) ou  350 mil euros (R$ 1,55 milhão) em caso de imóveis que tenham sido construídos a mais de 30 anos.

O CEO do Grupo Português, Gilberto Jordan, é carioca e mora em Portugal desde os 22 anos. Segundo Jordan, o visto gold é um instrumento relativamente novo, que facilita o acesso a Portugal. Ao provar o investimento, o processo de obtenção do visto é garantido. “Não está sujeito a uma avaliação do serviço de estrangeiros, como um visto de trabalho normal ou de aposentados”, afirma Jordan.

O advogado Gustavo Strobel, do escritório Strobel e Santos, explica que há alguns impeditivos para o visto, como proibir a concessão para quem tem registro de crime em Portugal. Strobel afirma que outros dois modelos de visto bem comuns são o D2, para pequenos empresários, ou D7, para quem vive de renda.

Para quem adere ao visto gold por residência, é preciso pagar uma taxa de manutenção do documento a cada dois anos, no valor de 5 mil euros (R$ 22 mil) para o aplicante principal e 3 mil euros (R$ 13 mil) para outros membros da família dependentes. Strobel orienta que o brasileiro procure um especialista antes mesmo de comprar a residência para evitar problemas no futuro. “Não é porque você está na Europa que não existe, crime, fraude, golpe. O ideal é procurar um representante legal em Portugal para gerenciar”, afirma.

O advogado Raphael Zaroni, sócio-fundador do escritório Zaroni Advogados, afirma que para entrar em Portugal pela primeira vez, é preciso ter um visto válido. Depois da concessão do visto gold, é preciso ficar pelo menos sete dias no país no primeiro ano e 14 em cada período subsequente para manter o benefício. Depois de seis anos, a pessoa se torna elegível para a cidadania. 

Zaroni diz que este tipo de visto vale a pena para quem quer morar em Portugal, mas no longo prazo. “Como esse período [de permanência] não é muito estendido, você consegue o Golden visa rápido, busca um financiamento imobiliário, que vai pagar com dinheiro de fora”, afirma. A partir daí, “compra [o imóvel] e começa a planejar seu futuro de uma maneira mais estruturada. Você passa a ter mais ferramentas para planejar o futuro”.

Por que Portugal?

Jordan diz que a procura se dá pelo fato de o país ser “simpático, atraente, tranquilo, não é caro, que foi descoberto pelo mundo. Foi descoberto no turismo, em nível de residência”. No caso de brasileiros, Portugal é um local de fácil adaptação, pelo idioma e pelo clima mais próximo ao país nativo.

Zanori afirma que os brasileiros que vão a Portugal de forma legal são bem vistos no país. “Quando você leva investimento, você tem outra categoria. Você é bem recebido”, afirma.


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