Câmara dos Deputados adia votação da PEC dos precatórios

Câmara dos Deputados adia votação da PEC dos precatórios

Sem quórum seguro para garantir aprovação, deputados desistem de votar projeto nesta quarta-feira


R7

´Proposta precisa do apoio de 308 deputados

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A Câmara dos Deputados adiou a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios. O plenário da Casa votaria o tema nesta quarta-feira, mas, diante da ausência de um quórum seguro de deputados que garantisse os votos necessários para aprovação da matéria, o presidente Arthur Lira (PP-AL) decidiu não colocar o tema em votação.

Ao menos 451 deputados compareceram ao plenário nesta quarta-feira. Como Lira determinou o retorno presencial das atividades da Câmara nesta semana, deputados que não registrassem presença no prédio da Casa estariam impedidos de votar. Temendo a rejeição da proposta, o governo federal manobrou para impedir que os parlamentares deliberassem sobre o tema.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, foram à Câmara para conversar com Lira e pedir o adiamento para quinta-feira. Antes, Ciro sugeriu que Lira liberasse a votação pelo sistema remoto, mas o deputado recusou.

Por se tratar de uma PEC, o texto tem de receber os votos favoráveis de 308 deputados em dois turnos de votação para ser aprovado. Na sessão desta quarta, o plenário votou dois requerimentos relacionados ao tema: um para retirar o item da pauta e outro de quebra de interstício, que dispensa a necessidade de o tema ser discutido por duas sessões após aprovação em comissão especial e seja levado diretamente ao plenário.

A base do Executivo orientou contra a retirada de pauta e a favor da quebra de interstício, e obteve sucesso nas duas votações, que precisavam apenas de maioria simples. No entanto, nos dois requerimentos, o governo conseguiu menos do que 308 votos, demonstrando que a PEC poderia ser rejeitada caso fosse colocada em votação.

A PEC foi elaborada pelo governo federal e altera a forma de pagamento dos precatórios, que são dívidas da União reconhecidas pela Justiça. Como há uma previsão de que o Executivo tenha de pagar cerca de R$ 90 bilhões em precatórios em 2022, o Executivo formulou a PEC pedindo um parcelamento dessa dívida.

Durante a tramitação na Câmara, contudo, o texto foi alterado. Relator do tema na comissão especial criada para analisar a PEC, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) sugeriu um teto para o pagamento. Pela correção proposta, vinculada a valores de 2016, quando foi criado o teto de gastos do governo, o limite para os precatórios será de aproximadamente R$ 40 bilhões em 2022.

Além disso, a PEC foi alterada, a pedido do governo federal, para instituir uma nova maneira de calcular o limite de gastos públicos. A proposta prevê que o valor passe a ser calculado pela inflação acumulada entre janeiro e junho do ano em vigor e pelo valor estimado do índice até dezembro do mesmo ano. Atualmente, a regra corrige o gasto do ano anterior pela inflação acumulada em 12 meses, entre julho do ano anterior e junho do ano em exercício.

Todas essas mudanças devem abrir um espaço de no mínimo R$ 80 bilhões no Orçamento do ano que vem, o que vai ajudar o governo a bancar o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituirá o Bolsa Família, com o valor de R$ 400 para cada uma das famílias beneficiárias — cerca de 17 milhões serão atendidas pela iniciativa, segundo estimativa do Ministério da Cidadania.


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