Comércio despenca em dezembro, mas cresce pelo quarto ano seguido, diz IBGE

Comércio despenca em dezembro, mas cresce pelo quarto ano seguido, diz IBGE

Segundo pesquisa, vendas no setor tiveram expansão de 1,2% em 2020, apesar de queda histórica de 6,1% no último mês

R7

Comércio encerra 2020 com alta de 1,2%, o quarto ano consecutivo de crescimento do setor

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Apesar da pandemia do novo coronavírus, o comércio fechou o ano de 2020 com alta de 1,2%, o quarto ano consecutivo de crescimento do setor. Em dezembro, porém, o varejo teve queda histórica de 6,1%, a mais intensa para um mês de dezembro de toda a série histórica, iniciada em 2000. Com o recuo do último mês, as vendas do comércio voltam ao patamar de fevereiro do ano passado, período anterior a pandemia.

Os dados constam da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira. O setor teve seis meses consecutivos de crescimento, que acumularam ganhos de 32,2% desde maio de 2020. A estabilidade chegou em novembro, com variação de -0,1% naquele mês. 

Já no comércio varejista ampliado, que considera as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas no mês de dezembro teve recuo de 3,7% em relação a novembro. No entanto, o setor fechou 2020 com queda de 1,5%. O resultado quebra com uma sequência de três anos consecutivos de crescimento. 

Cristiano Santos, gerente da PMC, explica que a pandemia de Covid-19 trouxe impactos diretos na trajetória de desempenho do comércio ao longo do ano. “Os resultados da pesquisa costumam ter variações menores, mas com a pandemia, houve uma mudança deste cenário, já que tivemos dois meses (março e abril) de quedas muito grandes”, afirma.

Por conta disso, a partir de maio, o varejo cresceu em ritmo muito acelerado, e apresentou o maior patamar da série histórica, iniciada em janeiro de 2001, em outubro, ultrapassando o patamar pré-pandemia, de fevereiro. "A queda em dezembro é um reposicionamento natural, já que o patamar estava muito alto com os resultados de outubro e novembro”, complementa o analista.

Inflação pressiona o comércio

De acordo com Santos, outro fator de influência para o resultado da PMC nos últimos meses é a inflação dos alimentos. Segundo ele, o comércio em hiper e supermercados têm um peso maior para a pesquisa, quase metade do resultado total.

“O que acontece nos mercados influencia bastante a pesquisa. E, por conta dos resultados recentes do IPCA, o volume de vendas acabou sendo afetado”, justifica.

O IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, pesquisa mensal do IBGE que mede a inflação oficial do país.

Setores

Segundo o IBGE, todas as dez atividades que compõem a PMC recuaram em dezembro. Outros artigos de uso pessoal e doméstico teve queda de 13,8% no mês, enquanto tecidos, vestuário e calçados apresentou baixa de 13,3%. 

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,8%), móveis e eletrodomésticos (-3,7%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%), além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) completam o comércio varejista.

No varejo ampliado, a queda em veículos, motos, partes e peças foi de 2,8% enquanto em material de construção, o recuo foi 1,8%.

Por outro lado, no acumulado do ano de 2020, o cenário é outro. Cinco setores tiveram alta, sendo eles material de Construção (10,8%), móveis e eletrodomésticos (10,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,5%).


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