Coronavírus e crise no petróleo derrubam bolsas da Europa e da Ásia

Coronavírus e crise no petróleo derrubam bolsas da Europa e da Ásia

Epidemia contribuiu para a queda do índice Nikkei e para perdas de quase 12% no Velho Continente

AFP

Coronavírus e queda nos preços do petróleo afetaram bolsas da Ásia e da Europa

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As bolsas europeias iniciaram a segunda-feira com perdas de quase 12% devido à epidemia do novo coronavírus. No início das operações, o índice FTSE-100 de Londres perdia 8,52%, o Dax de Frankfurt 7,4%, o CAC-40 de Paris 5,71%, o Ibex-35 de Madri 6,7% e o OBX de Oslo 12%. 

O índice FTSE MIB de Milão recuava 8% poucos minutos depois da abertura. As quedas são uma consequência do desabamento do preço do petróleo após o fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia sobre reduções de produção, em um contexto de queda da demanda devido ao coronavírus.

Golfo 

As bolsas do Golfo operavam em baixa expressiva nesta segunda-feira, após a queda do preço do petróleo, em um contexto de guerra de preços e redução da demanda provocada pelo coronavírus. A Bolsa da Arábia Saudita, a mais importante do Golfo, recuava 9,4%. As ações da gigante do petróleo Saudi Aramco caíram 10% pela segunda sessão consecutiva, muito abaixo do preço de entrada na Bolsa em dezembro (32 rials). Nos países do Golfo, as negociações na Bolsa são automaticamente suspensas quando uma ação ou toda a Bolsa caem 10% ou registram alta de 15%. 

Nos últimos dois dias, as ações da Aramco, a empresa com maior cotação do mundo, perderam 320 bilhões de dólares. O principal índice da Bolsa do Kuwait (Premier Index) registrou queda de 10,3% e as negociações foram suspensas. Dubai perdia 9,0%, o menor nível em sete anos, mas as autoridades suspenderam as negociações para a maioria dos valores após quedas de 10%. 

A bolsa de Abu Dhabi recuava 8,2% e registrou o menor nível em quatro anos, enquanto a praça do Catar recuava 9,3%. As quedas são uma consequência do desabamento do preço do petróleo após o fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia sobre reduções de produção, em um contexto de queda da demanda devido ao coronavírus. O preço do barril de Brent caiu nesta segunda-feira a 33 dólares. A Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, declarou no domingo uma guerra de preços ao reduzir o valor dos barris aos menores níveis em 20 anos.

Ásia 

As principais bolsas da Ásia também registraram grandes perdas hoje, arrastadas pela propagação da epidemia mundial de coronavírus e pela queda dos preços do petróleo. A bolsa de Tóquio foi especialmente afetada, com a disparada da cotação do iene, considerado um valor refúgio, na comparação com o dólar. O índice Nikkei registrou queda de 5,07%, a 19.698,76 pontos, algo que não acontecia desde fevereiro de 2018, no início da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Os mercados chineses também operavam em forte queda. 

O índice Hang Seng de Hong Kong recuou quase 3,7%. A Bolsa de Shenzhen retrocedia 2,86% e a de Xangai mais de 3%. Os preços do petróleo desabaram nesta segunda-feira ao pior nível desde a primeira guerra do Golfo em 1991. Às 7h GMT (4h de Brasília), o barril de WTI caía 27,83% a 29,78 dólares, e o barril de Brent do Mar do Norte recuava 26,02%, a 33,49 dólares. A queda nas cotações foi provocada pela decisão da Arábia Saudita de reduzir de forma drástica os preços do petróleo após o fracasso das negociações da semana passada entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia. A Rússia, principal aliada da OPEP, não aceitou reduzir sua produção para manter os preços em alta.


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