Covid-19: resultados financeiros refletem catástrofe para o transporte aéreo

Covid-19: resultados financeiros refletem catástrofe para o transporte aéreo

Tráfego aéreo teve queda de 66% devido à pandemia

AFP

Pandemia do coronavírus atrapalha setor aéreo

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Os resultados financeiros das empresas do transporte aéreo são catastróficos no terceiro trimestre, cuja recuperação tímida foi prejudicada pela segunda onda da Covid-19. A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) avalia a queda do tráfego aéreo em 66%. Somente nos aeroportos de Paris a queda para o ano pode ser de 70%, uma revisão maior que uma estimativa anterior de 65% para os dois aeroportos de Orly e Charles de Gaulle.

"Seis meses após o início da crise na Europa e Estados Unidos, os índices não mostram nenhum sinal favorável para uma recuperação rápida (...). Esta crise será duradoura e não será em V" com uma queda brutal seguida por uma recuperação rápida, explica em um estudo a agência de assessoria Alix Partners. Após a suspensão do tráfego aéreo em todo o mundo durante a primavera (boreal), a recuperação começou muito lentamente, particularmente nos voos internos, a partir de junho antes de alcançar um máximo em agosto, para voltar a cair em setembro.

"Stress test" no inverno

"A temporada de inverno (no hemisfério norte) será um ''stress test'' para as companhias", segundo a Alix Partners. Nos Estados Unidos, as principais companhias aéreas American Airlines, SouthWest, Delta e United Airlines anunciaram em outubro uma receita em queda livre no terceiro trimestre. A American Airlines, número um do setor nos Estados Unidos, anunciou uma queda da renda de 73%.

Diante de uma falta de acordo de apoio ao setor aéreo em Washington após a suspensão dos subsídios destinados a ajudar a pagar aos trabalhadores, milhares de pessoas estão em paralisação técnica.

Na Ásia, a companhia de Hong Kong Cathay Pacific anunciou na quarta-feira o corte de 5.900 empregos, um quarto de seus efetivos e o fechamento da filial Cathay Dragon. Na Europa, a IAG (casa matriz da British Airways e Iberia) e Lufthansa reduzirão drasticamente sua oferta no quarto trimestre, a 30% como máximo em relação à do ano passado no caso da IAG e a 25% no da alemã.

A escandinava SAS concluiu as negociações de um plano social com o corte de 5.000 empregos, 40% dos efetivos, anunciou a companhia na sexta-feira.

LATAM, a maior companhia aérea da América Latina, e suas filiais planejam operar em outubro com 24% e 26% de sua capacidade, em relação ao mesmo mês do ano passado, indicou recentemente a companhia, que sofreu uma queda de 75,9% em sua renda no segundo trimestre, e dispensou cerca de 12.600 trabalhadores. Em junho, a LATAM anunciou o fechamento de sua filial na Argentina.

Perdas de emprego "catastróficas"

Para a IATA, "a perspectiva das perdas de emprego de uma magnitude catastrófica é muito real", comentou nesta semana Rafael Schvartzman, vice-presidente da organização para a Europa, ao exigir novos apoios financeiros dos governos, até que a "indústria possa se colocar de pé".

Entre as boas notícias, a britânica Flybe, que havia declarado falência, pode voltar a voar no início de 2021, após o anúncio na segunda-feira de que foi comprada pela Thyme Opco, uma empresa controlada pelo fundo de investimentos Cyrus Capital.

Para tentar se recuperar, as companhias e os aeroportos pedem a realização de testes de diagnóstico em grande escala antes dos voos, para evitar medidas de quarentena na chegada, o que desanima muitos candidatos a viajarem.


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