CVM abre dois processos contra Petrobras após troca na presidência

CVM abre dois processos contra Petrobras após troca na presidência

Comissão vai analisar as informações divulgadas sobre o pedido de demissão e a movimentação de ações

R7

Petrobras definiu conselheiros em assembleia tensa

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Economia, abriu nesta segunda-feira dois processos administrativos contra a Petrobras, que anunciou mais cedo a demissão de José Mauro Ferreira Coelho do cargo de presidente da estatal. Os dois processos administrativos foram abertos pela Gerência de Acompanhamento de Empresas (GEA-1) e tratam de supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados. A comissão vai analisar as informações divulgadas sobre o pedido de demissão e a movimentação de ações da estatal.

Em nota, a comissão afirma não comentar casos específicos. "O assunto objeto de seu questionamento está sendo analisado no âmbito do Processo Administrativo CVM nº 19957.006614/2022-48", diz o comunicado. Na manhã desta segunda, a Petrobras anunciou Fernando Borges como presidente interino da estatal. Ele será o substituto de José Mauro Ferreira Coelho, que pediu demissão do cargo. Borges é diretor-executivo de Exploração e Produção e foi nomeado pelo Conselho de Administração, em decorrência da vacância na presidência da companhia.

De acordo com a Petrobras, Borges, que é funcionário de carreira, ficará no posto até a eleição e a posse de novo presidente da estatal. O governo havia indicado o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, para o cargo. Mauro tomou posse em 14 de abril deste ano. À época, argumentou que a redução da dívida bruta da estatal, em pouco menos de R$ 60 bilhões, abria espaço para investimentos, e que havia a intenção de reduzir os custos de extração de petróleo, com o objetivo de aumentar a produtividade.

Coelho substituiu o general Joaquim Silva e Luna, demitido por Bolsonaro no fim de março. Na ocasião, o presidente chegou a dizer que o comando da estatal precisava de "alguém mais profissional". Após a decisão, o militar defendeu a gestão à frente da estatal e as decisões adotadas, alvo de críticas por parte do governo em razão dos sucessivos repasses de aumentos no preço dos combustíveis ao consumidor.

O químico foi o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. Ele deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que têm incomodado Bolsonaro no ano em que busca a reeleição e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.

Bolsonaro critica de forma recorrente a política de preços da Petrobras, que adota o modelo PPI (preço de paridade internacional), o que faz com que o preço de gasolina, etanol e diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Depois de abrir o dia em baixa de 2% com o pedido de José Coelho para deixar o comando da Petrobras, as ações da empresa viraram e passaram a subir no início da tarde desta segunda-feira. Às 12h15, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR3) apareciam em alta de 0,47% e eram negociados a R$ 30,07. Já as ações ordinárias (PETR4) subiam 0,51%, a R$ 27,45. Com as variações, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, operava em alta de 0,46%, novamente acima dos 100 mil pontos.

Mais cedo, os papéis preferenciais da companhia apareciam com queda de 2,17% e eram negociados a R$ 29,28. Já as ações ordinárias (PETR4) caíam 2,12%, a R$ 26,73. Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira recuava mais de 1%.


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