Dólar cai a R$ 4,14 e bolsa fecha em nível recorde pelo 3º dia

Dólar cai a R$ 4,14 e bolsa fecha em nível recorde pelo 3º dia

Na parte da manhã, o dólar teve um momento de alta e mesmo assim terminou dia em queda de 0,99%

AE

Ibovespa fechou em alta de 0,46%, a 111.125,75 pontos

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O dólar à vista encerrou o pregão desta sexta-feira no nível dos R$ 4,14. Com isso, acumulou queda de 2,21% nos primeiros cinco pregões de dezembro, na maior oscilação negativa semanal desde meados de outubro. No pregão desta sexta-feira, principalmente na parte da tarde, a divisa americana mostrou enfraquecimento generalizado frente às moedas de emergentes e o Brasil não fugiu à regra. Impactaram também no recuo da cotação por aqui o bom humor dos agentes com relação aos dados mais fortes de retomada da economia local e o contexto sem notícias relevantes no campo político para dar o contraponto.

Na parte da manhã, o dólar teve um momento de alta após a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho em novembro nos Estados Unidos, que vieram melhor que o esperado. Outro fator considerado foi o retorno do estresse que houve na semana passada, quando o dólar buscou os R$ 4,28.

Para um operador que acompanha o segmento de câmbio, o intervalo entre R$ 4,15 e R$ 4,20 é mais positivo e considerado confortável tanto para o mercado quanto para o Banco Central. "Nesse ponto, não deve haver intervenção, mas os R$ 4,25 poderiam ser um teto velado", afirmou.

Em relatório divulgado hoje, a agência de classificação de risco Fitch Ratings reviu suas projeções, apontando o dólar fechando o ano em R$ 4,20. No ano que vem, com o maior crescimento da economia, a moeda deve encerrar 2020 em R$ 4,00 e ao final de 2021, terminar em R$ 3,90. A agência elevou a estimativa para o PIB brasileiro no ano que vem, de 2% para 2,2%. "A Fitch projeta que o crescimento brasileiro se acelere em 2020", ressalta o texto.

A próxima semana será marcada por decisões importantes de política monetária tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos, pelo Federal Reserve (Fed), e na Europa pelo Banco Central Europeu (BCE), o que deve impactar o movimento da moeda local.

Felipe Pellegrini, gerente de tesouraria do Travelex Bank, vê tendência de valorização para o dólar na semana que vem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar mais um corte na taxa básica de juros, a Selic. "Essa semana o câmbio está bem comportado, mas a expectativa por mais um corte no juro básico é mais um elemento que pode pressionar a moeda para cima".

O dólar à vista fechou em queda de 0,99%, a R$ 4,1469. No segmento futuro, o recuo foi de 1,06, a R$ 4,1455. O volume financeiro foi de R$ 18,29 bilhões.

Bovespa

A semana chega ao fim com o Ibovespa acumulando ganho de 2,67% no período e renovando máxima de fechamento pela terceira sessão consecutiva, firmando-se acima dos 111 mil pontos. Nesta sexta-feira, o principal índice da B3 fechou em alta de 0,46%, a 111.125,75 pontos, elevando os ganhos no ano a 26,44%. O giro financeiro da sessão foi de R$ 17,9 bilhões e, na máxima intradia, o Ibovespa foi hoje aos 111.429,66 pontos.

No exterior, o dia também foi positivo, com ganhos em torno de 1% nos três índices de referência de Nova York, que encerraram a semana praticamente no zero a zero.

Contribuiu para o desempenho positivo na sessão a forte leitura sobre o payroll de novembro, bem acima do esperado e confirmando a percepção de que a economia americana se mantém sólida, apesar da prolongada disputa com a China.

No Brasil, a semana viu o dólar se acomodar a R$ 4,14, após ter tocado pico histórico de R$ 4,27 na semana anterior, em meio a dúvidas sobre a dinâmica negativa na conta corrente do balanço de pagamentos e a comentários ruidosos do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o nível do câmbio. Nesta sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,99%, a R$ 4,1469, acumulando queda de 2,21% na semana.

Assim, passado o barulho, tanto o dólar como a curva de juros voltam a se acomodar após o ajuste da semana anterior, estimulando rebalanceamento de carteiras que já vinha em curso, em meio à perspectiva de ciclo virtuoso de baixa inflação, juros reduzidos e recuperação econômica bem como dos resultados das empresas, ainda que gradual.
Para Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, a dinâmica positiva do PIB no terceiro trimestre, que tende a se estender ao ultimo trimestre e contribuir para o início de 2020, é um fator que contribui para a posição negociadora do governo sobre as reformas estruturais - ainda que o próximo ano tenda a ser ainda mais curto para os legisladores, em razão de eleições municipais que devem esvaziar Brasília no segundo semestre.

No exterior, o quadro de fundo é o mesmo, a disputa EUA-China, com a data de 15 de dezembro permanecendo como a chave do que pode vir a seguir. "Se houver algum acordo ou se ao menos não elevar tarifas e as negociações prosseguirem, com nova data, ainda há espaço para a Bolsa subir mais", diz Solange. Por outro lado, se prevalecer o cenário extremo, de elevação de tarifas pelos EUA, a tendência é de forte ajuste negativo na Bolsa, na medida em que esta possibilidade parece ter se minimizado entre os investidores.

Juros

A curva de juros encerrou a semana com forte alívio nos prêmios de risco, hoje proporcionado pela leitura benigna da abertura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro e pela queda do dólar, que fechou abaixo de R$ 4,15. Esses fatores favoráveis à inflação se somam à melhora da confiança trazida pelos indicadores de atividade divulgados os últimos dias (PIB e produção industrial), formando um cenário atrativo para os aplicadores em juros. Com isso, as apostas na queda de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima semana, que vinham sofrendo um certo abalo nas últimas semanas, vão se consolidando.

As principais taxas fecharam a sessão regular nas mínimas. Em dia de IPCA, destaque para os contratos de curto e médio prazos, que caíram mais do que os longos e com volume expressivo. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) encerrou a sessão regular com taxa de 4,60%, menor nível desde 13 de novembro (4,57%), e a 4,61% a estendida. Na semana, devolveu 10 pontos-base. A taxa do DI para janeiro de 2023 recuou de 5,851% ontem para 5,72% (regular) e 5,73% (estendida) e a do DI para janeiro de 2025 para 6,35% (regular) e 6,36% (estendida), ante 6,441% ontem. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 6,70% (regular) e 6,69% (estendida), de 6,771%. Estes vencimentos tiveram alívio em torno de 15 pontos-base na semana.

A sexta-feira foi marcada por um movimento de recomposição mais consistente das apostas de que o Copom deverá mesmo reduzir a Selic a 4,5% na reunião de dezembro, que já aparecia nos últimos dias, mas hoje ganhou fôlego com o IPCA. Apesar de ter subido 0,51%, acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,47%, os preços de abertura, em especial os núcleos do indicador, foram considerados "tranquilos", o que manteria o espaço para que o Copom confirme a sinalização de mais uma queda de 0,50 ponto porcentual na Selic na semana que vem.

Na curva a termo, a precificação de corte de 0,50 ponto no Copom de dezembro, que nos últimos dias girava em torno de 80%, hoje acelerou para 85%, ante 15% de chance de queda de 0,25 ponto. Para fevereiro, no entanto, o mercado mostra resistência em avançar nas apostas de mais uma redução e a curva segue apontando em torno de 55% de possibilidade de Selic estável, contra 45% de probabilidade de baixa de 0,25 ponto. Os cálculos foram fornecidos pelo Haitong Banco de Investimento.

O dólar também traz alívio para o cenário inflacionário. Mesmo contida a expectativa de repasse cambial aos preços em função da abertura do hiato do produto, alguns preços como combustíveis e passagem aérea acabam sofrendo. Além disso, a cotações são parte importante dos modelos de inflação do Banco Central.


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