Dólar cai pelo quinto pregão seguido e fecha a R$ 4,91

Dólar cai pelo quinto pregão seguido e fecha a R$ 4,91

Moeda já soma queda de 4,66% em março

AE

Dólar acumula queda

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O dólar desceu mais um degrau na sessão desta terça-feira, emendando uma sequência de cinco pregões consecutivos de queda, período em que acumulou desvalorização de 4,73%. Depois de furar na segunda-feira o piso psicológico de R$ 5,00, a moeda chegou a flertar nesta terça com o rompimento de R$ 4,90. Na mínima da sessão, pela manhã, desceu até R$ 4,9051 (-0,80%).

A divisa recuperou um pouco do fôlego com ajustes e realização de lucros no início da tarde, quando registrou máxima a R$ 4,9513 (+0,14%), mas arrefeceu logo em seguida. Após passar a etapa vespertina orbitando R$ 4,92, fechou em baixa de 0,59%, a R$ 4,9152 - menor valor desde 24 de junho. Com isso, o dólar já acumula queda de 4,66% em março e de 11,85% no ano. No exterior, a moeda também perdeu força em relação à maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities, como o peso mexicano e o rand sul-africano, tidos como pares do real.

Operadores relataram desmontagem de posições defensivas no mercado futuro no embalo de nova leva de entrada de fluxo estrangeiro para ativos domésticos, a despeito do dia menos positivo para commodities. A cotação do minério de ferro negociado em Cingapura caiu 3,06%, em meio a paralisações de siderúrgicas na China, em razão de restrições para combater a Covid-19. Os preços internacionais do barril do petróleo passaram a tarde entre leve queda e estabilidade, embora ainda acima de US$ 110, com investidores de olho no desenrolar da guerra na Ucrânia e possíveis novas sanções ocidentais contra Rússia. Em razão das tensões geopolíticas, recursos que seriam carreados normalmente para ativos russos e chineses estariam desembarcando agora no Brasil.

O vaivém do petróleo ganhou ainda mais relevância para a formação da taxa de câmbio após o Comitê de Política Monetária (Copom) construir um cenário alternativo para a inflação baseado na trajetória de preços da commodity. A ata da reunião do Copom na semana passada, divulgada pela manhã, suscitou interpretações distintas. Para parte do mercado, o colegiado do BC ratificou que pretende encerrar o ciclo de aperto em maio, com uma alta final da Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. Outra ala destacou o fato de o Copom ter deixado a porta aberta para novas elevações dos juros após maio, caso as expectativas de inflação se deteriorem, insufladas pelos preços do petróleo.

Segundo o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, o quadro de preços elevados das commodities, apesar do tropeço hoje, empurram a bolsa para cima e derrubam o dólar. "Tem um fluxo bem positivo. Mas não vejo a queda do câmbio como uma tendência de longo prazo. Estamos perto do piso. A tendência é o dólar voltar para R$ 5,10 e R$ 5,20", afirma Velloni, acrescentando que, caso a guerra não perdure, as cotações das commodities podem recuar, embora não para níveis vistos antes do conflito.


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