Dólar recua para R$ 4,18 e bolsa sobe 0,29%

Dólar recua para R$ 4,18 e bolsa sobe 0,29%

Em meio à perspectiva de que avancem conversas entre EUA e China, moeda americana caiu 0,34%

AE

Na semana, Ibovespa acumula agora ganho de 2,21% e de 25,87% no ano

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O dólar engatou a quarta queda consecutiva e fechou o dia na menor cotação desde o dia 13 de novembro. A moeda americana caiu 0,34%, para R$ 4,1882. O movimento foi influenciado pelo enfraquecimento do dólar no exterior, em meio à perspectiva de que avancem as conversas dos Estados Unidos com a China até o dia 15, quando novas tarifas devem entrar em vigor. Na parte da tarde, o Ibovespa foi a 111 mil pontos e operadores reportaram entradas de recursos para a Bolsa, movimento oposto do observado pela manhã, quando houve operação grande de saída de capital. O dólar não fechava abaixo do patamar psicológico de R$ 4,20 desde o dia 22 de novembro.

Na parte da manhã, traders destacam que uma operação de saída de capital pressionou, levando o dólar a R$ 4,22. O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen, disse que a pressão durou até a definição do referencial Ptax (que é usado como base em contratos cambiais), possivelmente por conta de a operação ser liquidada nesta taxa. Em seguida, o real passou a acompanhar outras moedas emergentes.

O gerente de tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini, ressalta que, na falta de notícias mais significativas, o dólar oscilou na sessão de hoje por causa de questões técnicas - como fluxo de remessas de companhias ao exterior - e, na parte da tarde, ao sabor da variação das divisas globais. "Na falta de alguma notícia mais forte, o Brasil câmbio acabou flutuando à reboque do exterior."

Nesta quinta-feira, a moeda americana chegou a tocar pontualmente em R$ 4,17 no início da tarde. Enquanto o Ibovespa batia em 111 mil pontos, o Credit Suisse divulgou relatório em que vê chance de o rating soberano do Brasil ser elevado em 2020, em meio ao avanço das reformas fiscais e do maior crescimento da economia. O banco suíço projeta avanço de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano que vem e 2,7% em 2021.

Bovespa

Pelo segundo dia, o Ibovespa renovou máxima histórica de fechamento, sem, contudo, encerrar no pico como na quarta-feira, quando havia ainda prevalecido certo entusiasmo com o PIB do terceiro trimestre e algum sinal de progresso entre EUA e China. Nesta quinta-feira, sem novos catalisadores do mesmo calibre, o principal índice de referência da B3 fechou em alta de 0,29%, aos 110.622,27 pontos, distanciando-se da nova máxima intradiária, de 111.072,80 pontos, alcançada à tarde.

O giro financeiro totalizou R$ 17,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumula agora ganho de 2,21% e de 25,87% no ano. O índice de ações defendeu bem a marca recorde do dia anterior, acima dos 110 mil pontos ao longo da sessão, tendo oscilado a 110.007,67 pontos na mínima desta quinta-feira.

Embora limitando os ganhos observados mais cedo, destaque para avanço de 1,3% nas ações ordinárias e preferenciais da Petrobras, em dia de sinalização positiva sobre corte de produção na reunião da Opep. Após a renovação de máximas, o Ibovespa perdeu ímpeto, com parte das ações que demonstravam fôlego mais cedo e ofereciam desconto, como Itaú Unibanco (-0,14% no fechamento), acabando por devolver recuperação no dia.

A avaliação geral é a de que o humor externo continuará a ser modulado pela expectativa quanto a um possível acordo até o dia 15 entre EUA e China, que impeça a imposição de novas sobretaxas. "Há ainda muito ruído, idas e vindas, mas o mercado parece já estar antecipando desfecho positivo sobre EUA-China, na medida em que as notícias eventualmente ruins têm reverberado bem menos (sobre os preços dos ativos) do que algum tempo atrás", diz Raphael Figueredo, sócio e analista da Eleven Financial Research.

No plano interno, as recentes leituras sobre o PIB do terceiro trimestre e mesmo sobre a produção industrial sustentam a percepção de um ritmo de recuperação econômica mais favorável em 2020, especialmente quando se observa o desempenho do consumo das famílias e da Formação Bruta de Capital Fixo, observa Victor Beyruti, economista-chefe da área de varejo na Guide Investimentos.

Em Nova York, o dia foi de leves variações, com os três índices de referência encerrando o dia perto da estabilidade, em viés de alta, à espera da divulgação, amanhã, do relatório oficial de novembro sobre o mercado de trabalho nos EUA, com dados como a geração de vagas e o ganho médio na renda salarial.

Juros

O mercado de juros acompanhou à distância a melhora dos demais ativos domésticos, oscilando majoritariamente com viés de alta, apesar do dólar em queda firme, não somente ante o real como também em relação a outras divisas de economias emergentes. Após dois dias de alívio nos prêmios, o mercado esboçou uma realização de lucros, mas sem respaldo de grande volume, sinalizando uma tomada de fôlego antes da agenda desta sexta-feira, 6, com payroll nos Estados Unidos e IPCA de novembro no Brasil.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou tanto a sessão regular quanto a estendida em 4,70%, de 4,679% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 terminou em 5,85% (regular e estendida), de 5,821% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2025 subiu de 6,421% para 6,44% (regular e estendida) e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 6,731% para 6,77% (regular) e 6,78% (estendida).

Mesmo com o dólar novamente abaixo dos R$ 4,20, Rafael Leão, economista-chefe da Arazul Capital Research, vê com naturalidade o comportamento das taxas hoje, ressaltando que, apesar do sinal de alta, o movimento foi "pequeno", "de poucos bps", na tentativa de realizar lucros após o recuo recente. "O câmbio teve volatilidade elevada nas últimas semanas, a inflação de proteínas pode surpreender no IPCA de novembro e dezembro e temos ainda a alta dos IGPs. Tudo isso tirou a necessidade de corte da Selic ano que vem. É natural essa 'subidinha'", disse.

A despeito da reação muito positiva do mercado aos dados de atividade nesta semana, bem ou mal, estes endossam a perspectiva crescente de que o Copom deve promover o último corte da taxa básica na semana que vem, para 4,5%, como já sinalizado em seus documentos, e, depois, fazer uma pausa para observar os efeitos defasados da política monetária. Num cenário mais otimista, caberia ainda uma redução de 0,25 ou até 0,5 ponto porcentual em fevereiro, como mostra pesquisa divulgada hoje pelo Projeções Broadcast.

A gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patricia Pereira, lembra que a movimentação das taxas se deu mais pela manhã, na esteira de dados como os da Anfavea, PIB da zona o euro e com os leilões de LTN e de NTN-F do Tesouro, e que, à tarde, se acomodaram com o investidor de olho na agenda de amanhã. "Se o IPCA vier mais pressionado, a cabeça do mercado sobre a Selic não muda", disse. Se surpreender para baixo, é possível alguma reação mais passional do mercado, com aumento de apostas "oportunistas" em mais cortes da Selic em 2020, mas, na visão da gestora, que não se sustentariam por muito tempo.


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