Dólar salta 1,6% e supera R$ 5,30, com temor global e índice nos EUA

Dólar salta 1,6% e supera R$ 5,30, com temor global e índice nos EUA

É a maior valorização percentual diária desde 30 de abril e o mais alto nível de encerramento desde 5 de maio

R7

Moeda norte-americana fechou em alta nesta quarta-feira

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O dólar fechou em forte alta nesta quarta-feira (12), voltando a ficar acima de R$ 5,3 e indo aos maiores níveis em uma semana, com as operações locais replicando uma onda de compra de dólares no exterior, após dados de inflação bem acima do esperado nos Estados Unidos turbinarem apostas de redução de estímulos por lá.

O dólar à vista subiu 1,55%, a R$ 5,3 na venda. É a maior valorização percentual diária desde 30 de abril (+1,8%) e o mais alto nível de encerramento desde 5 de maio (R$ 5,36).

Ao longo deste pregão, a cotação variou de R$ 5,2 (-0,24%) e R$ 5,30 (+1,62%).

A moeda começou o dia em torno da estabilidade, perto de R$ 5,23, mas disparou para cerca de R$ 5,27 logo depois das 9h30, quando os EUA reportaram a maior alta mensal do índice de preços ao consumidor em quase 12 anos.

A moeda norte-americana até se afastou das máximas posteriormente, mas tornou a ganhar fôlego no fim da manhã e manteve rota ascendente ao longo de toda a tarde, batendo a máxima do dia de R$ 5,3088 (+1,62%).

Durante todo o dia o movimento do dólar aqui replicou as oscilações da moeda no exterior, que no fim do dia saltava 0,6% contra uma cesta de rivais, maior ganho desde o fim de abril. A divisa ganhava entre 0,7% e 1,6% ante alguns dos principais pares do real.

O índice de preços ao consumidor norte-americano saltou 0,8% no mês passado, maior ganho desde junho de 2009, e no acumulado de 12 meses subiu 4,2%, alta mais elevada desde setembro de 2008. O núcleo do índice, que exclui itens voláteis, teve forte acréscimo de 0,9% no mês, maior ganho desde abril de 1982, acumulando elevação de 3,0% em 12 meses, bem acima da meta do Fed, de 2%.

Os números vieram muito acima do esperado e provocaram um chacoalhão nos mercados. As bolsas de Nova York caíam entre 2% e 2,7%, e o rendimento do título de dez anos do Tesouro norte-americano, referência global para investimentos, saltava 7,1 pontos-base no fim da tarde.

No Brasil, o principal índice das ações caiu 2,7%, e os juros futuros de longo prazo dispararam mais de 20 pontos-base.

Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), comentou que a surpresa com a inflação nos EUA foi de 6,7 desvios-padrão. "Com a reabertura dos EUA, os rendimentos norte-americanos de longo prazo continuarão subindo, colocando pressão de apreciação sobre o dólar. Não estamos em um ambiente de dólar fraco", comentou Brooks no Twitter.

O dólar subia ante 32 de seus 33 principais rivais nesta sessão.

Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, a redução de estímulos nos EUA vai ocorrer a partir de 2022, o que contribuirá para a alta do dólar de 5,30 reais ao fim de 2021 para 5,50 reais no término do ano seguinte. Em 2021, o real ainda deve se beneficiar da alta das commodities e dos aumentos de juros pelo Banco Central.

"As commodities ajudam um pouco (o real), mas nem tanto. A política monetária ajuda, mas nem tanto. E o risco fiscal segue elevado", resumiu o ex-diretor do Banco Central.

A escalada da moeda nesta quarta ocorreu ainda em meio à elevada temperatura política em Brasília, com o relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), pedindo a prisão do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten por supostamente mentir à comissão. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), contudo, rejeitou o pedido.


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