Dólar vai a R$ 3,74 e Ibovespa cai 1,21%

Dólar vai a R$ 3,74 e Ibovespa cai 1,21%

Ibovespa teve queda firme e fechou aos 103.451 pontos

AE

Principal índice da B3 teve constante queda e encerrou sessão aos 99.680,83 mil pontos nesta terça-feira

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Os ajustes nos ativos americanos, em meio às discussões sobre a política monetária dos Estados Unidos, potencializaram o movimento de realização de lucros na B3 e o Índice Bovespa teve queda firme nesta sexta-feira, voltando a oscilar abaixo do patamar dos 104 mil pontos. Por aqui, a agenda esvaziada manteve os investidores na expectativa pelo anúncio de medidas de estímulo à economia, enquanto aguardam a retomada da tramitação da reforma da Previdência. O resultado do dia foi uma queda de 1,21% do Ibovespa, que fechou aos 103.451,93 pontos, próximo da mínima do dia.

A queda foi generalizada entre as blue chips, mas se destacou entre as ações do setor financeiro, onde as perdas superaram 2% na maioria dos papéis. Grupo de maior peso na composição do Ibovespa, as ações dos bancos contaram ainda com alguma influência de notícia de que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teria dito à Polícia Federal que bancos fizeram repasses de R$ 50 milhões ao PT em troca de favores nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef. Os bancos citados negaram irregularidades nas doações.

"O principal fator do dia foram as discussões sobre política monetária dos Estados Unidos, com os mercados reagindo aos sinais emitidos pelos dirigentes do Fed. Hoje o mercado brasileiro aproveitou um pouco o sinal negativo das Bolsas em Nova York para realizar lucros acumulados desde maio. Desde aquele mês, houve poucos momentos de respiro na trajetória de alta do Ibovespa", disse Felipe Silveira, analista da Coinvalores.

Lá fora, o principal movimento foi de correção dos efeitos causados pela fala "dovish" de ontem do presidente da distrital do Fed de Nova York, John Williams, que teria acenado com um corte de 0,5 ponto porcentual nas taxas básicas dos EUA. Além do "desmentido" do Fed, que afirmou que a fala de Williams foi "acadêmica", hoje outros dois dirigentes com voto nas reuniões do BC americano fizeram discursos mais compatíveis com uma elevação de 0,25 ponto nas taxas dos fed funds. Em Wall Street, todos os principais índices fecharam em baixa, devolvendo os ganhos da véspera, obtidos sob efeito das declarações de Williams.

Mesmo com a queda de hoje, o Ibovespa acumula alta de 2,46% em julho. No ano, o ganho chega a 17,71%. Ainda assim, as retiradas de recursos externos da Bolsa continuam. Na última quarta-feira, 17, os investidores estrangeiros retiraram R$ 182,114 milhões da B3, levando o acumulado de julho a um saldo líquido negativo de R$ 1,888 bilhão.

Na análise por ações, destaque para Itaú Unibanco PN (-2,60%), Bradesco PN (-2,26%) e units do Santander (-2,59%).

Dólar

Em uma semana marcada por baixo volume de negócios e agenda local fraca, o dólar acumulou alta de 0,20% e fechou a sexta-feira em R$ 3,7458. Na sessão de hoje, a moeda americana acabou corrigindo o movimento de ontem, quando caiu para o menor nível em cinco meses. No exterior, o dólar subiu ante divisas fortes e de países desenvolvidos, com o aumento da aposta de Wall Street de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai cortar os juros em 0,25 ponto porcentual e não em 0,50 ponto, como ocorreu ontem.

No mês, o dólar recua 2,46% e o real é uma das divisas que mais ganha valor perante a moeda americana. Apesar da alta desta semana, estrategistas de moedas ainda veem potencial de valorização do real pela frente, sobretudo quando o Congresso voltar do recesso e a reforma da Previdência avançar como o esperado.

"Ainda estamos otimistas com o real no curto prazo", destaca o estrategista de moedas em Nova York do BBVA, Alejandro Cuadrado. Para ele, o texto da Previdência pode sofrer desidratação nos próximos passos no Congresso, mas a economia fiscal deve ficar forte. Outra fonte de otimismo é que o avanço da Previdência abre espaço para sair mais medidas da agenda econômica, como de estímulo da atividade e privatizações, ressalta ele. O BBVA projeta o dólar em R$ 3,72 em setembro.

Os estrategistas de moedas do Bank of America Merrill Lynch afirmaram nesta sexta-feira estar "construtivos" no real e veem a moeda a R$ 3,70 no final do ano. "A moeda deve continuar se fortalecendo na medida em que a agenda de reforma do governo avança", ressaltam, destacando que a reforma da Previdência já está "amplamente precificada". Por isso, para fortalecimento adicional do real, será preciso o avanço em outras reformas. "As posições em real são 'lights', especialmente entre investidores não residentes. Então há espaço para aumento da exposição na moeda brasileira."

No exterior, o DXY, índice que mede o comportamento do dólar ante divisas fortes, subia 0,36%. Ontem, o índice teve queda forte e testou os níveis mínimos do mês após o presidente da regional de Nova York do Fed, John Williams, pedir agressividade na política monetária. Na noite de ontem, o Fed esclareceu que Williams falou em um contexto acadêmico. Além disso, reportagem do The Wall Street Journal hoje mostrou que a maioria dos dirigentes do BC americano defende um corte de 0,25 ponto nos juros. Entre emergentes, o dólar subia 0,59% na África do Sul, 0,44% no México e 0,33% na Rússia.

Juros

Em um pregão morno e de liquidez muito reduzida, as taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a sessão regular de hoje muito próximas dos níveis vistos no fechamento de ontem. Nem mesmo a alta do dólar e das taxas dos Treasuries, em meio a sinais de que não haverá um corte agressivo de juros nos Estados Unidos, como aventado ontem, animaram os investidores a promover alterações significativas nos prêmios de risco.

Entre os DIs mais curtos, o contrato para janeiro de 2020 encerrou o pregão a 5,675%, ante 5,689% na sessão anterior. Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 passou de 5,528% para 5,53%, enquanto o DI para janeiro de 2023 subiu para 6,38%, ante 6,35% no ajuste anterior. Entre os contratos longos, DI para janeiro de 2025 passou de 6,93% para 6,94%.

Pela manhã, as taxas chegaram a trabalhar com viés mais firme de alta, em um movimento de recuperação de prêmios perdidos no fim da sessão de ontem, quando declarações do presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Willians, foram interpretadas como um forte sinal de que o BC americano poderia reduzir a taxa dos Fed funds em 0,50 ponto porcentual no fim deste mês. Ontem à noite, o próprio Fed Nova York indicou, por meio de porta-voz, que Williams não falava sobre uma eventual ação do BC americano.

Nesta tarde, o presidente da distrital de St. Louis do Federal Reserve, James Bullard, afirmou que uma queda de 0,25 ponto porcentual neste momento seria preventivo e ajudaria a impulsionar a inflação. A fala de Bullard deu força ao dólar e levou as taxas dos Treasuries - referência global para os negócios de renda fixa - a bater máximas intraday, sem, contudo, provocar alterações na curva a termo doméstica.

Operadores ressaltam que, além da diminuição costumeira de negócios em julho, em razão das férias no hemisfério Norte, o mercado local sofre com a paralisação da tramitação da reforma da Previdência e a ausência de indicadores domésticos que possam alterar as expectativas para a condução da política monetária.

A liberação parcial de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), cujo anúncio está previsto para a próxima semana, não trará impactos relevantes na atividade. Na semana que vem, sai o IPCA-15 de julho, que deve corroborar o quadro de inflação comportada, e dados da geração de vagas formais de emprego em junho.

Segundo um operador de renda fixa, além do compasso de espera pela Previdência, contribui para o volume fraco o fato de as tesourarias não terem motivos para arriscar uma mudança de posições por conta do encontro do Copom neste mês (dias 30 e 31). "Não há fato novo para alimentar os negócios. Se não houver nada que surpreenda na semana que vem, como uma liberação maior de compulsório ou anúncio de estímulos mais fortes para a economia, o mercado não continuar morno", diz.

Dados compilados pela gestora de recursos Quantitas mostram que as taxas futuras refletem 54% de chances de redução da Selic em 0,25 ponto porcentual, para 6,25% ao ano, no encontro do Copom.

Grosso modo, a curva a termo reflete a expectativa de que o ciclo total de afrouxamento monetário seja de 1 ponto porcentual, levando a Selic para 5,50% - exatamente a mediana das projeções do Relatório Focus divulgado esta semana.


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