Desemprego sobe antes de Covid-19 e deve se agravar com pandemia

Desemprego sobe antes de Covid-19 e deve se agravar com pandemia

Crise da doença no Brasil encontrou mercado de trabalho em ritmo lento

AE

Previsão é de aumento no desemprego

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A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus se abaterá sobre um mercado de trabalho que começou o ano no mesmo ritmo de lenta recuperação visto ao longo de 2019: no trimestre móvel encerrado em fevereiro, antes, portanto, da covid-19 paralisar o País, a taxa de desemprego ficou em 11,6%, abaixo dos 12,4% de um ano antes, com geração de 1,8 milhão de vagas, a maioria informais, informou ontem o IBGE. O Brasil tem hoje 12,3 milhões de desempregados. 

Se o cenário já não era animador, tende a ficar pior com a pandemia. A taxa de desemprego deve terminar 2020 com uma média de 13%, estimam os analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, após chegar a 16% nos próximos meses. Um dos sinais de preocupação nos dados do IBGE é a diminuição do ritmo de melhora, observa o economista-chefe do ASA Bank, Gustavo Ribeiro. Ele ressalta que são os empregos sem carteira assinada que impulsionaram a criação de vagas - um indício de menor qualidade do mercado de trabalho. 

Para a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o desemprego poderá até cair num primeiro momento, mesmo que os trabalhadores percam seus empregos. "Tem casos de pessoas que vão perder seu trabalho, mas não necessariamente quem perde sua ocupação vai imediatamente pressionar o mercado procurando." 

Segundo ela, por causa do isolamento social, as pessoas podem não ter condições de procurar emprego. Por isso, a tendência é que, a partir de março, haja redução da população ocupada, especialmente entre os trabalhadores informais, e aumento da população fora da força de trabalho ou na força de trabalho potencial.


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