Diante da força do euro e da libra, dólar fecha em R$ 5,75

Diante da força do euro e da libra, dólar fecha em R$ 5,75

Bolsa terminou em baixa de 0,56%, aos 80.742,35 pontos, com cautela no exterior

AE

Moeda norte-americana terminou dia em alta de 0,63%

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O dólar recuou em relação a outras moedas fortes, nesta terça-feira, diante da força do euro e da libra, e também na esteira do apetite por risco visto ontem após o anúncio de resultados preliminares em testes para uma vacina contra Covid-19. Hoje, no entanto, especialistas já começaram a colocar em dúvida as informações apresentadas pela farmacêutica Moderna.

No fim da tarde em Nova Iorque, o dólar subia a 107,73 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,0937 e a libra registrava alta a US$ 1,2263. O índice DXY, que mede a variação da moeda norte-americana ante seis rivais, recuou 0,29%, a 99,371 pontos. Moeda fechou em alta de 0,63%, em R$ 5,7564.

"O sentimento de risco recebeu um grande impulso nesta semana e o dólar está sob um pouco de pressão", avaliaram analistas do Brown Brothers Harriman (BBH). "O impulso do poderoso rali de segunda-feira nas ações continua a reduzir o valor do dólar", disse no começo do pregão o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

Ainda que o apetite por risco tenha diminuído após especialistas ouvidos pelo site Stat dizerem que a farmacêutica Moderna não apresentou dados cruciais de seus testes da vacina para covid-19, isso não se traduziu em alta do dólar no mercado cambial, em parte devido à força das moedas europeias.

O euro, segundo o Western Union, seguiu beneficiado pelo fundo conjunto de 500 bilhões de euros anunciado ontem por Alemanha e França para combater os impactos da pandemia na zona do euro. Além disso, o índice de expectativas econômicas da Alemanha avançou de 28,2 pontos em abril para 51 pontos em maio.

A libra, por sua vez, subiu depois que o Reino Unido anunciou um plano tarifário pós-Brexit e também após dados melhores do que o esperado do mercado de trabalho britânico. Segundo a Capital Economics, o dólar deve se enfraquecer mais em breve, com a recuperação de ativos de risco e a queda nas taxas de juros dos EUA.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar caía a 23,6436 pesos mexicanos e a 18,3389 rands sul-africanos, no final da tarde em Nova Iorque, mas subia a 67,9311 pesos argentinos. Na Argentina, o governo continua tentando renegociar a dívida externa com seus credores.

Ibovespa

Na hora final da sessão desta terça-feira o Ibovespa perdeu força e passou a terreno negativo, com a acentuação de perdas nas ações de bancos e das aéreas, enquanto as da Petrobras passavam a operar sem direção única, contribuindo para conter o índice que se encaminhava para a segunda sessão de recuperação, em dia ao fim também negativo em Nova Iorque. No início da tarde, o principal índice da B3 renovava máxima do pregão logo após o Banco Central ter anunciado que o feriado de Corpus Christi, para bancos e mercados financeiros, permanecerá em 11 de junho, apesar da antecipação de dois feriados municipais em São Paulo para esta semana, em iniciativa da Prefeitura para manter a população em casa e conter a propagação do novo coronavírus na maior cidade brasileira.

Ao final, o Ibovespa encerrou o dia em baixa de 0,56%, aos 80.742,35 pontos, não muito distante da mínima de 80.647,02 pontos na sessão, tendo atingido máxima a 82.174,55 pontos (+1,17%), com giro financeiro de R$ 24,7 bilhões no encerramento. Após ter fechado o dia anterior no maior nível desde 29 de abril e com o maior ganho em porcentual desde 6 de abril, o Ibovespa voltou a mostrar no encerramento de hoje dificuldade de se distanciar da linha de 80 mil pontos, que o tem segurado desde o mês passado nos momentos de recuperação um pouco mais consistente. Agora, o Ibovespa ganha 4,11% na semana e, no mês, 0,29%, ainda cedendo 30,18% no ano.

A Prefeitura de São Paulo havia indicado mais cedo que a decisão sobre a antecipação ou não de feriado bancário e para o mercado financeiro caberia ao BC. Depois do anúncio do BC, a B3 informou que o mercado terá funcionamento normal nos próximos dias 20, 21, 22 e 25. Além de Corpus Christi amanhã, a Prefeitura de São Paulo sancionou hoje a transferência do feriado pelo Dia da Consciência Negra, de 20 de novembro para esta quinta-feira, e declarou ponto facultativo para a sexta-feira. Na quinta, a Assembleia Legislativa de São Paulo deve votar a antecipação do feriado de 9 de julho, em memória da Revolução Constitucionalista, para a próxima segunda, dia 25, estabelecendo assim um feriado prolongado de seis dias na capital paulista.

Na B3, o ganho moderado no Ibovespa era sustentado mais cedo por alta nas ações de commodities, do varejo e das siderúrgicas, especialmente CSN, em alta de 5,56% no fechamento, o segundo maior ganho entre os componentes da carteira teórica do índice. No lado oposto do Ibovespa, Gol cedeu 6,28% e Azul, 5,14%. Travando os ganhos do dia anterior, as ações de bancos também tiveram desempenho negativo na sessão, em especial Itaú Unibanco PN (-4,32%). Entre as utilities, destaque hoje para queda de 2,87% em Eletrobras ON. Ao fim, as ações de commodities fecharam sem direção única, com Petrobras ON em baixa de 0,62% e a PN em alta de 0,76%, enquanto Vale ON avançou 2,30%.

"O destaque de alta foram as ações de varejistas online, com B2W (+9,56%), Magazine Luiza (+5,08%) e Via Varejo (+4,74%) impulsionadas por vitória de algumas empresas em ações judiciais ligadas ao ICMS. Por outro lado, as ações de aviação entregaram ganhos apurados ontem", aponta Cristiane Fensterseifer, analista de ações da Spiti.

No exterior, em audiência no Senado dos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou hoje que para ocorrer a retomada total do nível de atividade serão necessárias vacina contra a Covid-19, remédios antivirais e a recuperação da confiança de consumidores e de empresários, o que contribuiu para a cautela observada nesta sessão em Wall Street, após o entusiasmo do dia anterior em torno dos testes clínicos iniciais, positivos, anunciados pela Moderna, empresa americana de biotecnologia envolvida no desenvolvimento de uma vacina. "A reabertura da economia está em andamento e vamos ver como ela ocorre", disse Powell aos parlamentares.

"Mesmo antes da saída do Moro (em 24 de abril), a Bolsa aqui já vinha em consolidação, sem conseguir ir muito além dos 80 mil pontos. Estamos na mesma situação agora, com dificuldade para sustentar um avanço maior. Desde o dia 8 de abril, há uns 40 dias, a Bolsa tem se mantido de lado", aponta Rodrigo Barreto, analista gráfico da Necton. "Após uma alta de 4,69% ontem, é natural então esta lateralização de hoje, uma pausa para respirar", acrescenta o analista.

Juros

Os juros futuros de médio e longo prazos, aproveitando uma janela de oportunidade de melhora do câmbio entre 15h30 e 16h, terminaram a sessão regular em queda, após passarem o dia de lado, com discreto sinal de baixa. A ponta curta fechou estável. No mais, esta terça-feira foi de liquidez fraca e pouca movimentação nas taxas, com o mercado monitorando a discussão sobre antecipação dos feriados em São Paulo e sobre os riscos fiscais pós pandemia - que dominaram as reuniões de analistas com diretores do Banco Central -, além do exterior. Apesar do comportamento relativamente tranquilo hoje, a curva permanece com inclinação relevante, acima de 5 pontos porcentuais entre os principais contratos da ponta curta e longa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular em 2,525%, ante 2,533% ontem no ajuste, a do DI para janeiro de 2022 passou de 3,421% para 3,39%. A taxa do DI para janeiro de 2027 caiu de 7,673% para 7,61%. O diferencial entre os DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2021 fechou hoje em 509 pontos-base, ante 513 pontos ontem e 525 na sexta. Na etapa estendida, as taxas já mostravam viés de alta.

Após o forte fechamento ontem das taxas, a expectativa era de algum ajuste nesta terça-feira, até em função da instabilidade no câmbio, mas a curva manteve-se relativamente tranquila. "Depois da melhora toda de ontem, achei que ia dar uma realizada", disse a gestora de renda fixa da MAG Investimentos, Patricia Pereira, lembrando ainda de fatores que recomendam cautela, como o pico da pandemia no Brasil e as preocupações fiscais, com o temor de que os benefícios dados pelo governo se tornem permanentes após a crise.

A preocupação com a trajetória fiscal foi o principal ponto de discussão nos encontros do BC com analistas hoje, realizados por teleconferência. Segundo fontes, os profissionais alertaram para o risco de dominância fiscal, com possível perda de efetividade da política monetária e aumento da inflação. "É consensual que o BC teria espaço para a reversão da política monetária acomodatícia sem ser de forma drásticas, mas o que 'pega' é a dúvida sobre se os programas emergenciais serão retirados depois da crise. O teto de gastos precisa voltar. Do contrário, a trajetória da divida fica insustentável e isso faz inclinar a curva do DI", diz um gestor.

Em relação à discussão sobre a antecipação dos feriados em São Paulo, Jefferson Lima, gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, afirma que o tema trouxe apreensão mais por causa das questões operacionais, de liquidação de contratos, e também a investidores que "operam a volatilidade de ativos". "Dias seguidos parados aqui enquanto o mercado lá fora corre normalmente pode trazer prejuízo a este tipo de players, mas no DI não fez preço", disse.

A B3 confirmou que o mercado terá funcionamento normal nos próximos dias 20, 21, 22 quando a prefeitura antecipou feriados e decretou um dia de ponto facultativo, medida para tentar conter o avanço do coronavírus.


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