Falta de produtos nos supermercados, aumentou 21% durante a paralisação, diz entidade

Falta de produtos nos supermercados, aumentou 21% durante a paralisação, diz entidade

Em média, estoque de itens não perecíveis nos supermercados dura cerca de 15 dias

AE

Em média, estoque de itens não perecíveis nos supermercados dura cerca de 15 dias

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A ruptura, que é a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados, aumentou 21% durante a paralisação de caminhoneiros no Brasil, segundo dados da Neogrid, empresa que monitora o estoque dos varejistas. O desabastecimento já atinge produtos de alto consumo, como arroz e feijão. No caso do feijão, a falta de produtos mais que dobrou. No dia 21 de maio, a carência de feijão atingia 3%, considerando uma base de varejistas de 20 mil lojas e diferentes marcas. No dia 26, ruptura já estava em 7,5%, algo absolutamente raro para um produto tão rotineiro, de alto giro, afirma o vice-presidente da Neogrid, Robson Munhoz. No caso do arroz, a ruptura cresceu 98%, saltando de 4,8% para 10,4%.

Munhoz avalia que a ruptura é consequência da crise de abastecimento gerada pela paralisação de caminhoneiros e também do fato de que muitas famílias correram para estocar alimentos em casa, comprando mais do que o esperado nos primeiros dias de paralisação. Em média, o estoque de itens não perecíveis nos supermercados dura cerca de 15 dias. Com a paralisação chegando ao nono dia, o nível de estoques atinge um patamar mais delicado, avalia Munhoz.

A falta de produtos nas gôndolas tem impacto nas vendas. Uma regra comum no setor é que, a cada dois pontos porcentuais de aumento na ruptura, há queda de 1% nas vendas. Assim, o aumento na ruptura do feijão já pode representar uma queda de cerca de 8% nas vendas desse item.

"É importante ressaltar que o varejo de supermercados é um setor de margens pequenas, ou seja, esse impacto nas vendas representa um impacto significativo na rentabilidade e pode significar até mesmo prejuízo para muitas empresas ao longo desse mês", diz Munhoz. Para ele, a normalização dos estoques ainda deve demorar mesmo que a greve se encerre, o que significa pelo menos um mês de vendas já comprometidas.

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