Filas e dúvidas marcam primeiro dia de pagamento do auxílio-emergencial em Porto Alegre

O primeiro dia de pagamento do auxílio-emergencial em razão do coronavírus, o chamado “coronavoucher”, foi marcado por filas e muitas dúvidas de quem foi até as agências da Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB) e lotéricas. Nesta etapa de pagamentos, receberam os R$ 600 trabalhadores informais que já estavam registrados no Cadastro Único (CadÚnico). Entretanto, muitas pessoas com dúvidas foram até as agências na esperança de já poder retirar o dinheiro.

Apenas a CEF concentrou 2,5 milhões de pagamentos que foram depositados nas contas poupança dos clientes. Outras 436 mil pessoas que possuem conta no BB também receberam o recurso, totalizando um valor de R$ 1,5 bilhão destinados a mais de 2,5 milhões de pessoas. A faxineira Adriana Oliveira da Silva, de 43 anos, era uma das pessoas que precisou ir até uma agência para sacar. Desde que as medidas de isolamento foram adotadas, ela tem tido dificuldade para manter as contas em dia. “Meus filhos trabalhavam com bico, mas agora não têm mais trabalho e os gastos aumentaram.”

Moradora do bairro Navegantes, na zona Norte de Porto Alegre, onde vive com o marido e os dois filhos, um de 18 e outro de 22 anos, Adriana também viu o próprio trabalho reduzir, impactando diretamente nas finanças. O dinheiro que vem do governo agora será fundamental para equilibrar os gastos. “Eu tirava um salário por mês com as diárias. Esse dinheiro vai ajudar um monte. Por sorte, tenho duas clientes que me adiantaram os pagamentos. Uma delas é preocupada com a minha saúde e me pagou até maio para eu ficar em casa.”

Ela espera agora que os filhos e o marido, todos trabalhadores informais, consigam também receber o auxílio. Mas a situação de Adriana era diferente da de muitos clientes que procuravam a agência da Caixa, principalmente quem tentava se cadastrar no banco. Como o sistema teve problemas devido ao grande número de acessos, a busca às agências cresceu, mas nenhum cadastro era feito pessoalmente.

Para reduzir as aglomerações, funcionários da CEF orientavam as pessoas na fila sobre os procedimentos. O cadastro é feito apenas através do site, aplicativos ou pelo telefone 111. O tempo de análise dos cadastros é de cinco dias, e o pagamento da primeira parcela será feito em até três dias após os dados serem recebidos pelo Dataprev.

As outras duas parcelas serão pagas seguindo calendário do Bolsa Família. A previsão é que a primeira parte seja paga a todos até o dia 30 de abril, a segunda entre 18 e 29 de maio e a terceira entre 17 e 30 de junho.