G20 apoia suspensão por um ano do pagamento de dívida dos países pobres

G20 apoia suspensão por um ano do pagamento de dívida dos países pobres

Ministros das Finanças do grupo e os diretores dos bancos centrais anunciaram uma suspensão da dívida após sua reunião virtual nesta quarta

AFP

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Os países mais pobres do mundo não terão de se preocupar com pagamentos de dívidas a credores oficiais do G20 por pelo menos um ano - afirmou o ministro saudita das Finanças, Mohammed al-Jadaan, nesta quarta-feira. Os ministros das Finanças do G20 e os diretores dos bancos centrais anunciaram uma suspensão da dívida após sua reunião virtual nesta quarta.

O G20 observou que o acordo foi "aprovado pelo Clube de Paris" de grandes credores. "Todos os credores bilaterais oficiais participarão dessa iniciativa", afirmou o G20, que pediu aos credores privados que se unam ao esforço.

Na terça-feira, as potências industriais do G7 se mostraram a favor de uma suspensão temporária do pagamento da dívida das nações mais pobres do mundo, sujeita ao acordo do G20, para apoiar a luta contra o coronavírus. A iniciativa "fornecerá cerca de US$ 20 bilhões em liquidez imediata" para os países pobres usarem "para seu sistema de saúde e para apoiarem as pessoas que sofrem de Covid-19", afirmou o ministro saudita em entrevista coletiva virtual.

"Temos um compromisso claro, por intermédio de organizações internacionais como o FMI e o Banco Mundial. Essa suspensão é um anúncio realmente importante que significa que os países pobres não devem se preocupar com seus vencimentos nos próximos 12 meses", ressaltou. A suspensão entra em vigor "imediatamente", acrescentou.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, agradeceu aos sauditas por sua liderança no G20 - a Arábia Saudita ocupa a presidência rotativa do grupo - e por seus "esforços notáveis para proteger as pessoas e a economia".

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, saudou o gesto e instou os credores comerciais a agirem da mesma maneira. "Os credores comerciais deverão fornecer tratamento comparável. Já os países beneficiários se comprometerão a usar os recursos adicionais para responder à Covid-19", disse Malpass.

A Alemanha elogiou o acordo como "um gesto de solidariedade internacional de dimensões históricas". "Desta maneira, deixamos para os países afetados uma grande margem de manobra financeira para investir na proteção da saúde de suas populações, imediatamente", afirmou hoje o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz. "Estamos determinados a não poupar esforços para proteger vidas humanas", declarou Al-Jadaan.

O ministro saudita afirmou ainda que, neste período de pandemia, é necessário sustentar a economia mundial o máximo possível e garantir a resiliência do sistema financeiro. "Devemos continuar nossos esforços e expandi-los", acrescentou.

Muitos governos criaram planos de ajuda econômica em massa a empresas e indivíduos, envolvendo bilhões de dólares, para mitigar o impacto do coronavírus, que paralisou a economia mundial. O novo coronavírus causou pelo menos 126.898 mortes no mundo desde que apareceu na China, em dezembro passado, conforme balanço divulgado pela AFP nesta quarta-feira, com base em dados oficiais.

Desde o início da epidemia, mais de 2.001.200 casos de contágio foram registrados em 193 países, ou territórios.


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