Governo corta previsão do PIB e vê inflação de 9,7% ao fim de 2021

Governo corta previsão do PIB e vê inflação de 9,7% ao fim de 2021

Se resultado for confirmado, índice oficial de preços vai fechar o ano acima do dobro da meta de inflação

R7

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O Ministério da Economia atualizou suas expectativas para a economia brasileira em 2021. O relatório divulgado nesta quarta-feira  derruba a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,3% para 5,1% e prevê inflação de 9,7% no período acumulado entre janeiro e dezembro.

Caso as expectativas da Secretaria de Política Econômica (SPE) sejam confirmadas pelos dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai encerrar o ano acima do dobro da meta estabelecida pelo governo em 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Neste ano, o teto da meta para a inflação foi furado pela primeira vez em março e nunca mais recuperado. Atualmente, o índice oficial de preços figura em 10,7% nos 12 meses encerrados em outubro, patamar que representa o dobro do limite estabelecido em 5,25%.

Para 2022, a projeção de IPCA passou de 3,75% para 4,7%. As estimativas indicam que, a partir de 2023, a projeção de aumento dos preços converge para a meta: 3,25% e de 3% após 2024.

O relatório revisa também as apostas para o salto do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), responsável pelo reajuste do salário mínimo. A nova projeção aponta para uma variação de 10,04% do indicador que mede a variação do custo de vida das famílias com rendimento de até cinco salários mínimos.

PIB de 2022

As revisões atingiram também as expectativas para o PIB — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — do ano que vem. A nova estimativa prevê um salto de 2,1% das riquezas nacionais para 2022, ante aposta de crescimento na casa dos 2,5% divulgada em setembro.

"Diversos fatores têm afetado a expansão global, destacando-se os efeitos danosos da quebra de cadeias globais que prejudicam a indústria e reduzem sua produção devido à falta de insumos. Ademais, semelhante ao Brasil, na China e em alguns países Europeus, há problemas na oferta da matriz energética, com forte elevação dos preços na Europa e racionamento na China", destaca o relatório.

A manutenção de um otimismo mais do que o apresentado pelo mercado financeiro, que prevê crescimento da economia abaixo de 1% no ano que vem, é justificada por "dados positivos do mercado de trabalho, que vem se recuperando da queda na pandemia, e no alto volume de investimento contratado para o ano que vem".

"Além de observar os números do crescimento, é importante atentar-se para a sua qualidade. Com reformas pró-mercado e consolidação fiscal, o governo está lançando as bases para crescimento econômico de melhor qualidade e sustentável de longo prazo", destaca a SPE.


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