Governo do Rio Grande do Sul publica edital de privatização da CEEE-D

Governo do Rio Grande do Sul publica edital de privatização da CEEE-D

Valor mínimo para a comprar o braço de distribuição da CEEE é de R$ 50 mil

Henrique Massaro

Negociações para manter o acordo vinham sendo feitas desde dezembro

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O edital de privatização da CEEE-D – o braço de distribuição da CEEE - foi publicado na manhã desta terça-feira no Diário Oficial do Rio Grande do Sul. O valor mínimo para as propostas é de R$ 50 mil. As propostas devem ser entregues até 29 de janeiro na bolsa de valores do Brasil (B3) e a data do leilão foi marcada para o dia 3 de fevereiro, em São Paulo.

A CEEE-D é a primeira estatal a ser colocada à venda pelo governo Eduardo Leite. “O edital demonstra todo o esforço do governo para conseguir efetivar a troca de controle da Distribuidora e, com isso, não apenas prover a melhoria dos serviços entregues à população em médio e longo prazos, mas também evitar a perda da concessão, o que representaria a assunção de passivos bilionários pelo governo estadual", disse o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos.

Aumento de investimentos na área de concessão, voltar a receber ICMS – atrasado em forma parcelada além do recolhimento mensal do tributo em dia, eliminar passivos trabalhistas e o fim das contragarantias assumidas pelo Rio Grande do Sul referentes a empréstimos concedidos por instituições financeiras à CEEE são alguns dos benefícios ressaltados pelo governo do Estado com a venda da CEEED. Em novembro, ao anunciar o leilão, o governador disse que, caso não seja repassada à iniciativa privada, além de a população não ver novos investimentos na área de energia em função da situação fiscal e financeira, o RS teria de assumir um passivo bilionário que a estatal não tem condições de quitar, precarizando o fornecimento de energia elétrica.

O processo de desestatização da CEEE, que também envolve a CEEE-GT, foi iniciado em janeiro do ano passado com a elaboração das propostas legislativas. Em maio de 2019, a Assembleia Legislativa provou a retirada da obrigatoriedade de plebiscito para a venda da companhia e, em julho, autorizou a privatização. O governo firmou contrato com o BNDES para realizar estudos e a modelagem do projeto e os serviços foram executados pela empresa Ernst & Young Global e pelo consórcio Minuano Energia, composto pelas empresas Machado Meyer, Thymos Energia e Banco Plural.

Até junho de 2020, segundo os estudos, a CEEE-D tinha um passivo estimado em R$ 3,4 bilhões apenas em ICMS. O acréscimo de mais de R$ 1 bilhão em imposto ainda é projetado até a data prevista para a liquidação da operação de privatização. Além da crise e do aumento do endividamento, a companhia, segundo o Executivo, não tem atingido as metas dos indicadores e sustentabilidade econômico-financeiras estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que coloca em risco a concessão, ativo de maior valor da empresa.

Os estudos e a análise feita pelo BNDES em parceria com o governo apontaram para um aporte de R$ 2,8 bilhões por parte do Executivo de forma escritural, tornando possível a venda das ações a partir do valor positivo e mínimo de R$ 50 mil. O comprador também precisará assumir o controle da companhia com o compromisso de reestruturar as dívidas.


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