Governo estuda medidas antidumping para setor calçadista

Governo estuda medidas antidumping para setor calçadista

Medida seria nos moldes da sobretaxa adotada para a compra desses produtos da China há três anos

AE

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O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessando Teixeira, afirmou, nesta segunda-feira, que o governo estuda novas medidas antidumping para as importações de calçados, nos moldes da sobretaxa adotada para a compra desses produtos da China, há três anos. "Temos de trabalhar para a aplicação de medidas antidumping para outros países, começamos o trabalho com o apoio da . Abicalçados (entidade da indústria calçadista) e, ao longo deste ano, teremos medidas para o setor", disse o ministro, após abertura da Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda (Couromoda), em São Paulo.

Desde 2010 há uma sobretaxa de US$ 13,85 por par de calçado importado da China, o que freou as importações daquele país. No entanto, a indústria calçadista brasileira denunciou, e o governo investiga, a triangulação dos calçados da China em outros países asiáticos antes de entrar no Brasil, como Vietnã e Indonésia.

O protesto foi ratificado pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, que também participou da abertura da feira. Segundo ele, por causa da queda do setor no comércio exterior o superávit da indústria calçadista, que já chegou a US$ 5 bilhões, não deve atingir US$ 1 bilhão em 2012, devido principalmente ao aumento das importações e da prática da triangulação a partir da China.

No entanto, de acordo com o ministro, o governo não encontrou irregularidades nas possíveis importações de calçados chineses por meio do Vietnã. "No Vietnã, há uma produção local, com plantas industriais e algumas empresas até chegaram a deixar a China para produzir lá, o que não configura a operação (triangulação)", afirmou Teixeira, que ratificou a opção pela ampliação da tarifa antidumping para outros países, sem nominá-los. Ele lembrou ainda que o setor no Brasil é protegido por outras medidas, como uma das mais altas tarifas de importação de calçados, de 35%.


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