Grupo Equatorial Energia assume controle da CEEE-D nesta quinta

Grupo Equatorial Energia assume controle da CEEE-D nesta quinta

Solenidade de assinatura do contrato está marcada para às 10h, no Palácio Piratini

Felipe Samuel

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A venda da Distribuidora da Companhia Estadual de Energia (CEEE-D) terá seu capítulo final nesta quinta-feira, quando o grupo Equatorial Energia assume o controle da estatal gaúcha. A solenidade de assinatura do contrato está marcada para às 10h, no Palácio Piratini, com transmissão pelas redes sociais do governo, e vai contar com a presença do CEO do Grupo Equatorial, Augusto Miranda. Ao confirmar a venda do braço direito da companhia por R$ 100 mil, no final de março, o governo do Estado justificou que o negócio envolve um conjunto de obrigações para a holding Equatorial.

Entre os pontos previstos na aquisição da CEEE-D, está a transferência de dívida bilionária, que será assumida pela Equatorial. Apesar da expectativa do governo por investimentos, a holding - que arrematou a CEEE-D há três meses - mantém sob sigilo quaisquer informações sobre as ações previstas para melhorar a distribuição de energia elétrica no Rio Grande do Sul. O presidente da CEEE, Marco Soligo, declarou em março, à época da venda da CEEE-D, que com o início da atuação da nova companhia, o ICMS começará a ser pago por ela, o que representará a entrada de R$ 1,3 bilhão nos cofres do governo estadual.

Uma ação judicial da Associação dos Engenheiros das Concessionárias e Empresas de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (AECEEE), no entanto, protocolada no dia 29 de junho, pede o ressarcimento das dívidas das 'Patrocinadoras com a Fundação CEEE', antes da transferência do controle acionário da CEEE-D para a Equatorial. No pedido, a entidade cobra uma dívida de R$ 2,32 bilhões da CEEE-D. Até o começo da noite de ontem, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou que o Estado não havia sido intimado da ação, 'mas quando for acionado vai avaliar as medidas pertinentes'.

Questionado sobre os investimentos projetados para o RS, a possibilidade de demissões e redução das agências, o Grupo Equatorial Energia respondeu por meio de assessoria que a gestão da CEEE ainda está 'sob o atual controlador da companhia'. Em nota, a empresa informa que apresentará, após assumir o controle da concessionária, um plano de ações na concessão com objetivo de promover melhorias nos serviços e no atendimento ao cliente.

"Assim como em processos anteriores de aquisição de companhias públicas e privadas de distribuição, o aumento de investimentos nesta empresa será uma etapa fundamental, já que a CEEE passou por um longo período de subinvestimento e nosso objetivo é recuperar essa defasagem com obras que fortaleçam o sistema elétrico na área de concessão", completa a nota.

A Equatorial Energia reforça que 'tem elevado os padrões de qualidade no fornecimento de suas concessões', com melhoria de processos e investimentos em confiabilidade da rede e tecnologia, que podem ser observados nas demais distribuidoras do grupo. Conforme a empresa, elas ocupam constantemente posições de destaque no ranking de qualidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que mede o desempenho realizado em comparação com seus limites regulatórios.

A holding Equatorial já opera na área de fornecimento de energia nos estados de Alagoas, Maranhão, Pará e Piauí. O grupo ingressou no segmento de transmissão de energia em 2016, ao vencer o certame de sete lotes no Leilão de Transmissão 013 /2015 para implantar e operar mais de 2 mil quilômetros de linhas nos estados do Pará, Piauí, Bahia e Minas Gerais.

Atualmente, a empresa desempenha atividades em transmissão, geração, comercialização, além da área de telecomunicações e serviços. Considerando as novas concessionárias adquiridas em 2021, no Rio Grande do Sul e, recentemente, Amapá, o Grupo passa a atender 13% do total de consumidores brasileiros e a responder por 7% do mercado de distribuição do país.

As empresas que fazem parte do Grupo são a Equatorial Maranhão, Equatorial Pará, Equatorial Piauí, Equatorial Alagoas, Geramar, Equatorial Transmissão, Intesa, Equatorial Telecom, Sol Energia, Equatorial Soluções e Equatorial Geração Distribuída, com a Enova Energia.


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