Haddad diz levar recado político, econômico e ambiental a Davos

Haddad diz levar recado político, econômico e ambiental a Davos

Ministro da Fazenda afirmou que enviará três mensagens aos empresários e investidores nos Alpes suíços

AE

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, que a ansiedade de investidores e empresários em relação ao novo governo será controlada com a implementação de medidas que já foram anunciadas durante a campanha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "É uma ansiedade que será naturalmente controlada pelo fato de que as medidas que estão sendo tomadas vão na direção que o presidente Lula já anunciou na campanha", disse Haddad, ao chegar em Davos, onde participará do Fórum Econômico Mundial.

Ele afirmou que dará três recados a empresários e investidores nos Alpes suíços: político, após os atos antidemocráticos em Brasília; retomada econômica com sustentabilidade fiscal e social e o meio ambiente. A viagem a Davos é sua primeira viagem internacional como ministro da Fazenda do governo Lula.

Segundo Haddad, em primeiro lugar, ele vai reforçar o compromisso do Brasil em dar suporte a jornadas democráticas no mundo, sobretudo, na América do Sul, e o combate a todo tipo de extremismo. Também vai aproveitar a elite financeira global para falar sobre a agenda econômica, na qual o governo Lula defende a retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal, ambiental e justiça social. E, por fim, ao lado da ministra do meio ambiente, Marina da Silva, irá enfatizar a sustentabilidade ambiental.

"A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer não apenas em termos da retomada de compromissos históricos como combate ao desmatamento e energia renovável, mas também na pauta do desenvolvimento podemos pensar na reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade", afirmou Haddad.

Sobre a viagem da comitiva brasileira a Davos e o seu posicionamento após os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília, o ministro da Haddad disse que as instituições brasileiras deram uma "resposta muito imediata". "No dia seguinte, houve uma intervenção na segurança do Distrito Federal, o afastamento judicial do governador, a visaria dos 27 governadores que se reuniram com os três poderes em um compromisso com a Constituição e a agenda democrática deu uma resposta muito rápida. Em 24 horas, a coisa estava sob controle", lembrou, mencionando ainda o repúdio popular pela maioria da população brasileira. "Não é uma coisa trivial", reforçou.

Com essa reposta, o Brasil deu uma sinalização de "muita maturidade institucional", na sua visão. Em Davos, Haddad terá mais de 12 encontros em dois dias. Segundo ele, serão reuniões muito rápidas e com uma frequência enorme. Depois dos atos antidemocráticos em Brasília, o pedido de convites ao ministro se multiplicou, passando de 50 e vindo de diversos países, conforme fontes.

O ministro deve se encontrar com investidores, empresários e figuras públicas e participará ainda de um encontro promovido pelo Itaú Unibanco e outro pelo BTG Pactual, na terça. Ele embarcou do Brasil no domingo, dia 15, com destino à Suíça, e chegou por volta das 13h40 em Davos, no horário local (9h40 no horário de Brasília). Nesta segunda-feira, conforme agenda divulgada, teria ao menos dois compromissos em seu primeiro dia no Fórum Econômico Mundial.


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